Representantes do Brasil e dos EUA assinaram ontem declaração conjunta de cooperação na área de ciência e tecnologia, numa preparação ao acordo que será firmado na semana que vem, na visita do presidente George W. Bush ao País. O texto define cinco áreas de parceria, a principal delas para a produção de etanol.
Os EUA planejam reduzir o consumo de petróleo em 20% nos próximos dez anos, substituindo-o por energia renovável, como o álcool, e querem o Brasil como parceiro preferencial na criação de um mercado hemisférico de etanol. Para 2008, segundo dados da embaixada americana, o orçamento de Bush destina US$ 2,7 bilhões para pesquisa em energia renovável. Desse total, US$ 2 bilhões são para empréstimos para construção de centrais de produção de etanol no continente.
A declaração conjunta foi assinada pelo embaixador Clifford Sobel e pelo secretárioexecutivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Manuel Rebelo Fernandes. Além da produção do etanol, o documento aponta como áreas de cooperação saúde pública, pesquisa aeroespacial, tecnologia da informação e geociência.
A assinatura do texto começou a ser preparada em junho, quando cientistas brasileiros visitaram centros americanos. É também o primeiro passo no cumprimento de resolução assinada pelos dois países em 2005. Além do aspecto econômico, a cooperação tem foco no meio ambiente e na redução de gases geradores do efeito estufa.
O novo embaixador do Brasil em Washington, Antônio Patriota, que entregou ontem suas credenciais a Bush, disse que para os americanos a discussão de um acordo para biocombustíveis é o cerne da viagem ao País. Segundo ele, o presidente americano chega a São Paulo no dia 8 de março e participa de jantar, juntamente com a secretária de Estado, Condoleezza Rice, oferecido pelo chanceler Celso Amorim. No dia 9, encontra-se com Lula e os dois almoçam juntos. Não está confirmado se Bush visitará uma usina de etanol.
Patriota também relatou que Bush lhe falou da satisfação de receber Lula em sua casa, em Camp David, em 31 de março.