A capacidade de armazenagem de grãos nas propriedades agrícolas no Brasil dobrou desde 2002, segundo o governo. Com isso, a produção agrícola começa a deixar de ser afetada por uma das maiores deficiências do setor, informou ontem o Ministério da Agricultura.
Foram feitos investimentos na construção de infra-estrutura e a instalação de novos silos de armazenamento de grãos, boa parte deles com o financiamento oficial. Com isso, a capacidade de armazenamento teria sido elevada em 100% nos últimos dois anos. A capacidade teria passado de entre 5% e 6% do total da safra nacional em 2002 para em torno de 10% da safra deste ano. Grande parte dessa infra-estrutura de armazenagem está instalada nas propriedades rurais.
“Estamos dobrando em dois anos agrícolas a capacidade de armazenagem nas fazendas”, afirmou o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, durante a divulgação das estimativas para a safra 2004/05.
Maior espaço de armazenamento nas áreas agrícolas permite uma venda mais lenta da safra, evitando queda nos preços na época da colheita.
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Safra menor
O gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Alberto Lauria, informou ontem que a safra agrícola deste ano deve mesmo se situar em 119,522 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. O número confirma as previsões do Levantamento Sistemático da Produção, com base em dados de setembro.
Embora revele uma pequena melhora de 0,1% em comparação às previsões de agosto, o resultado é 3,22% inferior ao que foi produzido no ano passado, 123,6 milhões de toneladas – a maior safra da história do país.
Lauria disse que, no fechamento do ano, a safra 2004 deve confirmar as previsões de setembro. “Só temos no campo o trigo e produtos de segunda e terceira safra, sem maiores alterações”.
