O distanciamento entre técnicos da indústria e da administração é real e “incomoda”, disse hoje, no InfoCana, Luiz Roberto Galhardo Egreja. “Mas ele está com os dias contados”. O problema existe em razão do “receio de que uma das áreas absorva a outra”, explica Egreja. O embrião do desconforto entre as áreas pode ter raízes na cultura instituída no setor, na década de 80, quando não havia competitividade no mercado. Na época, o governo garantia acesso fácil a financiamentos e os contratos eram pré-estabelecidos, fomentando o pensamento de que é “só colocar a fábrica para produzir” e pronto.
Os tempos mudaram, o mercado está aberto e exige competitividade. Não há mais como pensar no sucesso de um determinado departamento, mas da empresa toda, afirma Egreja. Outras saídas são encontradas quando há estímulo em jogo, sem descartar a punição.
Para Galhardo Egreja, acabou-se o tempo de tirar o corpo fora. Hoje, o trabalhador de um departamento é igualmente responsável pelo bom andamento do departamento vizinho ou mesmo distante de seu local de trabalho. “Quando a usina tem lucro, não é difícil encontrar os autores da façanha. Quando as coisas dão errado, a tendência é a de apontar culpados – e geralmente os responsáveis trabalham na outra ponta da fábrica”, exemplifica o palestrante.
“Se houver pessoas responsáveis pelos resultados gerais, elas automaticamente terão comportamento totalmente voltado ao bom desempenho de toda a empresa e não apenas de seu departamento”.
Incentivos para que os técnicos da indústria tenham a mesma formação tecnológica de informatização são outras iniciativas que podem acabar com a rivalidade entre os profissionais”, ensina Luiz Roberto Galhardo Egreja.