Mercado

Disputa entre China e Taiwan na OMC atrapalha Brasil

Nesta segunda-feira (20), de forma inesperada, os representantes de Taiwan rejeitaram a nomeação da primeira chinesa para o tribunal máximo do comércio. Na entidade, a politização do tribunal foi considerada um “€œato grave” e põe em risco a única parcela da OMC que ainda não sofre com a falta de credibilidade.

A advogada chinesa Yuejiao Zhang seria a escolhida para fazer parte do grupo de sete juízes da OMC. A escolha tem um caráter simbólico, já que pela primeira vez a China terá uma representante no órgão, considerado o único no mundo a poder impor sanções a governos.

Taiwan, porém, decidiu impedir a nomeação, alegando que a imparcialidade da chinesa não poderia ser garantida. A sessão do Órgão de Solução de Disputas – como é chamado o tribunal – acabou cancelada e todas as disputas que seriam abertas ou avaliadas ontem foram suspensas por tempo indeterminado.

Etanol

Com o impasse, ficou bloqueada a tentativa do Brasil de abrir uma disputa na OMC para julgar os subsídios dos EUA aos produtos agrícolas e ao etanol. Além do Brasil, o Canadá também entraria com pedido contra os subsídios americanos.

Estudos da Global Subsidies Initiative estimam existirem mais de 200 incentivos diferentes para a produção de biocombustíveis nos Estados Unidos, com US$ 7 bilhões por ano para os produtores.

Além disso, vários pré-candidatos à presidência americana já prometeram que dariam ajuda aos produtores de milho ou açúcar que destinassem sua colheita à produção de combustível. Para os especialistas, o financiamento do etanol é o que permite que os americanos possam pensar em competir com o Brasil no mercado mundial.