Os preços recordes do petróleo estão alimentando uma “febre” por álcool na China, o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, apesar das restrições do país em permitir que um volume maior de grãos seja utilizado na produção do biocombustível.
A China está relutante em expandir a produção de etanol obtido a partir de grãos, já que o país irá enfrentar uma escassez de produtos como milho e trigo possivelmente já no ano que vem, devido ao crescimento da demanda doméstica.
O país, o terceiro maior produtor de álcool, depois de Estados Unidos e Brasil, deu início a projetos na área no começo de 2000 numa tentativa de diminuir os estoques de grãos, transformando parte deles em biocombustível.
O álcool, que normalmente é misturado à gasolina, reduz potencialmente as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Analistas e autoridades da indústria afirmam que várias novas usinas de álcool estão sendo planejadas ou mesmo construídas, de modo ilegal, em áreas com excedente de produtos agrícolas.
Segundo Feng Wei, vice secretário-geral de Jilin, maior província produtora de milho da China, há planos para elevar a capacidade de produção de etanol na província para 1 milhão de toneladas por ano até 2010, frente a 300 mil toneladas no ano passado.
A Jilin Fuel Alcohol Co. Ltd., uma das quatro usinas ligadas ao Estado e a única de Jilin, aumentou sua capacidade de produção em março para chegar à marca de 400 mil toneladas do biocombustível este ano.
– Nossa maior prioridade é reduzir nossa grande dependência de petróleo importado – afirmou Xin Zhanshi, assistente da Jilin Fuel.
A China importou mais de 120 milhões de toneladas de petróleo no ano passado, o equivalente a mais de 40% de suas necessidades.
As quatro usinas estatais da China tinham em 2005 uma capacidade conjunta de 1,02 milhão de toneladas, o que corresponde a 3,4% da capacidade mundial de biocombustíveis, de 30 milhões de toneladas, incluindo biodiesel, segundo dados oficiais.
Este mês, a Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma informou em seu site (www.ndrc.gov.cn) que os biocombustíveis devem substituir cerca de 2 milhões de toneladas de petróleo até 2010 e cerca de 10 milhões até 2020.