Os produtos brasileiros podem aumentar suas vendas no mercado dos Estados Unidos e gerar mais renda e empregos no Brasil. A discussão de novas estratégias comerciais foi o tema de uma reunião da presidenta Dilma Rousseff, neste domingo (28), com empresários brasileiros em Nova York.
“A expectativa é muito boa da nossa vinda aos Estados Unidos. Precisamos fortalecer e ampliar a nossa parceria”, disse a presidenta.
Segundo ela, o governo brasileiro considera estratégica a parceria com os Estados Unidos para ampliar o mercado de etanol e promover parcerias nas áreas de educação, ciência e tecnologia. “Precisamos buscar inovação. Os desafios são imensos”, afirmou.
Nesta segunda-feira (29), Dilma terá encontros com empresários norte-americanos dos setores financeiro e produtivo, além do ex-secretário de Estado Henry Kissinger. Em seguida, encerra em Nova York o Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil.
Dilma apresenta aos empresários norte-americanos a nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), que irá conceder à iniciativa privada de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. Os investimentos previstos somam R$ 198,4 bilhões nos próximos anos. Ao final do dia, ela embarca para Washington, onde tem um jantar oficial oferecido pelo presidente Barack Obama.
Empresários
Na primeira agenda oficial de sua visita de três dias aos Estados Unidos, Dilma ouviu atentamente, durante mais de duas horas, as reivindicações de empresários brasileiros dos setores petroquímico, farmacêutico, siderúrgico e agropecuário, além da indústria pesada. Esse grupo tem atividades empresariais que juntas representam um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
O presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, pediu apoio do governo para garantir competitividade à indústria nacional. Ele reclamou dos ataques promovidos contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Não podemos ter esse acanhamento. O BNDES está sendo massacrado, quando é um instrumento de desenvolvimento do nosso país”, ressaltou o executivo.
Pastoriza saudou Dilma e elogiando a “revolução social” promovida pelo governo federal com a redução da desigualdade por meio de programas como o Bolsa Família e o Mais Alimentos. “Isso é uma revolução pacífica que incluiu mais pessoas ao mercado. Uma revolução capitalista, reduzindo a pobreza”, comentou.
Segundo ele, o Brasil pode dar este exemplo para o mundo, inclusive para os Estados Unidos, onde a desigualdade social e econômica cresceu nos últimos 30 anos.
Investimentos
O primeiro encontro de Dilma com empresários serviu para construir estratégias de fortalecimento da indústria brasileira. A presidenta quis discutir formas de ampliar o investimento das companhias, entre elas algumas das principais do País (JBS, Marfrig, Gerdau, Orygen, Copersucar, Única Brasil Pharma, Totvs, Usiminas) no mercado norte-americano. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de manufaturados.
Entre os executivos estavam Carlos Fadigas (Braskem), André Gerdau (Gerdau), Wesley Batista (JBS), Dante Alírio Junior (Biolab), Elizabeth Farina (Unica), Luiz Roberto Rogetti (Copersucar), Andrew John George (Orygen), Sergio Paulo Gallindo (Brasscom) e Edson Godoy (Dasa).
Participaram também da reunião os ministros Aldo Rebelo (Ciência, Tecnologia e Inovação), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Renato Janine Ribeiro (Educação), Nelson Barbosa (Planejamento), Joaquim Levy (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).