Mercado

Dificuldade de embarque eleva o açúcar

Os preços elevados do açúcar fizeram os consumidores adiarem as compras do produto à espera de um valor mais favorável. O resultado foi uma “queima” dos estoques, que já eram pequenos devido ao deficit mundial do produto. Caíram para patamares críticos.

Ao retornar ao mercado, os países importadores estão encontrando dificuldades de abastecimento, principalmente no Brasil, o maior fornecedor mundial de açúcar e, neste momento, o único.

Essa dificuldade se deve a um problema de logística de portos, agravado ainda pelas chuvas de inverno.

“Esse gargalo nos portos é provocado por uma ‘realidade de mercado’, quando todos os países consumidores estão recompondo estoques”, diz Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Situação deve mudar esta semana

Os embarques de açúcar nos portos de Santos e Paranaguá, localizados no litoral paulista e paranaense respectivamente, devem se normalizar nos próximos dias.

“A partir da próxima semana teremos entre 15 e 20 dias sem chuvas nestas regiões, o que ajudará o embarque nos portos e também vai permitir o bom andamento da colheita”, informa o engenheiro agrônomo da Somar, Marco Antonio dos Santos.

As exportações brasileiras de açúcar atingiram, em julho, o volume recorde de 2,9 milhões de toneladas embarcadas,15,8% maior que as 2,5 milhões de toneladas de junho e 25% superior que o registrado em julho de 2009, quando o volume exportado ficou em 2,32 milhões de toneladas, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Cana mantém mercado aquecido

Mesmo com a disparada do preço do açúcar, projetos sucroalcooleiros implantados entre 2008 e 2010 têm provocado a valorização das terras nas regiões de plantio de cana.

O quadro é reflexo da atuação de usinas ainda em fase de maturação e que mantêm, após um ano de melhora do caixa, seus investimentos em canaviais para atingir a capacidade total planejada de processamento de cana. O avanço prossegue nas novas fronteiras, localizadas principalmente nos Estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Estudo feito pela NAI Commercial Properties, multinacional americana especializada no mercado imobiliário, mostra que as terras na região do município de Pedro Afonso (TO) tiveram forte alta desde 2009.