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Diferença de até R$ 0,20 na bomba

A exemplo do etanol hidratado, os preços da gasolina entraram em queda livre na Grande Cuiabá, por conta da maior oferta de álcool anidro (utilizado na mistura do combustível) pelas usinas de cana-de-açúcar e, consequentemente, a redução dos valores repassados pelas distribuidoras. O movimento, contudo, ainda é lento em algumas revendas, mas a diferença já chega a até R$ 0,20 por litro entre alguns postos, caso da rede Free (Avenida Ciríaco Cândia, em Várzea Grande), que começou a semana reduzindo os preços para R$ 2,75, queda de 8,36% em relação ao maior valor cobrado no início do mês, R$ 2,98.

Apesar do recuo, ainda há revendas em Cuiabá vendendo o litro do combustível a R$ 2,95 e até R$ 2,97, como os observados na Avenida João Gomes Sobrinho. Na média geral, a gasolina está sendo comercializada por R$ 2,89.

Na semana passada, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), a gasolina na Grande Cuiabá já havia caído, na média, de R$ 2,98 para R$ 2,94. “A previsão das distribuidoras é de que esta queda seja ampliada ainda esta semana. Mas o etanol hidratado manterá sua vantagem em relação ao derivado de petróleo”, afirma o secretário executivo da entidade, Bruno Borges. A recuperação da vantagem foi retratada antecipadamente pelo Diário, na edição do último dia 7.

Levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que a queda nos preços dos combustíveis foi ampliada em Mato Grosso, quando comparada à média brasileira. No país, os preços do etanol e da gasolina comum caíram na segunda semana de maio, na média nacional, segundo dados da ANP. No Brasil, o preço médio da gasolina “C”, que contém 25% de etanol anidro, foi de R$ 2,898/l, apresentando uma redução de 0,55%, em relação ao início do mês. Já o preço médio do etanol hidratado no país caiu para R$ 2,224/l, uma queda de 3,5 %, acentuando o movimento de diminuição iniciado na primeira semana do mês.

Em Mato Grosso, a previsão é de que os preços continuem caindo nas bombas. “O governo federal determinou baixa nos preços da BR Distribuidora, a maior do país. O preço do etanol anidro, que havia aumentado 160% de julho de 2010 a abril de 2011, já está em queda. E isso já está influenciando no preço da gasolina”.

Na opinião do Sindipetróleo, o que está acontecendo em Mato Grosso pouco difere do cenário nacional. “Nos últimos meses, o desconforto foi geral causado pelos elevados preços. O sindicato passou boa parte do tempo se dedicando a esclarecer o verdadeiro motivo das altas. Quem acompanha os números do setor sabe que os preços nas usinas e nas distribuidoras vinham subindo desde junho de 2010. Cabe ao governo federal e aos usineiros controlar a produção de etanol para que no fim do ano, os aumentos não ocorram com tanta intensidade como aconteceu nos últimos meses”.

No cenário nacional, há informações de que a Petrobras estuda uma majoração nos preços da gasolina. “Para que o consumidor não sinta o peso desse possível aumento, basta o governo dar sinal verde para a redução de tributos como Cide ou PIS e Cofins, como já fez em outros momentos. Assim como o consumidor, os revendedores vivem de expectativas, pois a estabilização de preços ou suas variações depende muito pouco ou quase nada dos postos”, afirmou Bruno Borges.

VENDAS – De acordo com o Sindipetróleo, a queda nos preços do etanol hidratado teve reflexo direto no volume de vendas dos postos, que aumentou após as últimas baixas. “Não podemos dizer ainda de quanto foi esta redução, mas os revendedores já percebem a mudança de opção do consumidor. Como revendedor, entendo que a preferência por abastecer com etanol ultrapassa 50% da procura”, disse o presidente da entidade, empresário Aldo Locatelli. (MM)