Com a entressafra em andamento, o prazo para reformas e manutenção começa a ficar reduzido. É necessário aproveitar o tempo, da melhor maneira possível, para evitar – ou pelo menos diminuir – o “sufoco” e a correria de última hora. Se o cronograma estiver atrasado, uma alternativa é programar inspeções em partes específicas de equipamentos, de acordo com a geometria de peças e o desgaste
provocado pelo uso, conforme orienta o engenheiro mecânico Cristiano Camilo, diretor da Perticarari Testing, de Ribeirão Preto, SP.
Camilo alerta, no entanto, que existem equipamentos dos setores de evaporação, cozimento e tratamento de caldo, incluindo as caldeiras, tanques de fermentação, de mel, vasos de pressão, entre outros, que devem ser submetidos obrigatoriamente a uma avaliação rigorosa. De qualquer maneira, a agilização na contratação de prestadores de serviços na área, nessa fase da entressafra, torna-se imprescindível. “Após a escolha da empresa, há necessidade de elaboração de contrato, registro desse documento em cartório, para que sejam iniciados os serviços de inspeção e, em seguida a realização de reparos – se for o caso”, explica. É preciso ainda prever o período de testes dos equipamentos, que costuma acontecer em meados de março para as unidades produtoras que iniciam a safra em abril.
Outro fator que deve ser considerado é a movimentação, que envolve todo o setor, abrangendo os fornecedores de serviços e produtos, por conta da expansão de usinas e a implantação. Não bastasse isto, existe, atualmente, maior cuidado e preocupação com a eficiência da planta industrial e a qualidade das operações. “A legislação exige, conforme a NR 13, que todo equipamento pressurizado, seja inspecionado
anualmente, a cada três ou cinco anos, dependendo do fluido, temperatura, entre outras condições de uso”, esclarece Cristiano Camilo.
O diretor da Perticarari Testing observa que a obrigatoriedade da inspeção é outro fator que está contribuindo para o aumento da demanda de serviços na entressafra. “Algumas usinas deixavam equipamentos sem uma avaliação técnica específica por várias safras”, revela. Além disso, não há como programar a manutenção em evaporadores, cozedores a vácuo, aquecedores de caldo – entre outros, componentes da planta industrial – devido ao funcionamento constante durante a moagem, o que impossibilita a realização de diagnóstico por
meio de sistemas de ultrassonografia e endoscopia digital.