Os primeiros resultados das pesquisas de campo realizadas pelo projeto LBA na Amazônia, no ano de 1999, revelaram informações importantes sobre o impacto que as alterações na vegetação têm no clima da região. Segundo o coordenador do programa, denominado Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia, Carlos Nobre, as medições feitas durante um mês em Rondônia indicaram que as chuvas eram entre 10% e 20% menores nas áreas de pastagens do que em áreas de florestas próximas. “É a primeira indicação forte de que podem haver alterações no clima da Amazônia durante a estação chuvosa na região”. O resultado das medidas feitas no período de um mês, segundo Nobre, ainda não pode ser tomado como definitivo. “Ainda é cedo para afirmarmos qualquer coisa, embora os estudos teóricos, feitos com modelos matemáticos, também confirmem essa constatação”, disse.
Os resultados da pesquisa de 1999 foram apresentados ontem na II Conferência Científica Internacional do LBA, que termina hoje em Manaus. O evento reune cerca de 500 pesquisadores, de 40 países, que estão envolvidos em mais de 100 projetos de pesquisa do LBA. Entre as questões centrais do LBA, o papel da Amazônia em relação ao balanço do carbono, também foi um dos assuntos mais discutidos. Segundo Nobre, a incerteza em relação ao fato da floresta ser uma fonte ou um sumidouro de carbono já diminuiu muito. “Hoje pode-se dizer que a Amazônia pode ser uma pequena fonte, em torno de 100 milhões de toneladas, ou um sumidouro de até 600 milhões de toneladas e não uma fonte de 400 milhões de toneladas como se pensava”. (Gazeta Mercantil)