As exportações brasileiras de agronegócios devem atingir este ano US$ 38 bilhões, contribuindo em 42% para as vendas no exterior. Com importações de US$ 5 bilhões, o saldo no setor deverá ficar em US$ 33 bilhões. Em 2005, o setor sofrerá as conseqüências da queda do preço, como a soja no mercado internacional.
A estimativa da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) é de que, embora a safra 2004/2005 seja recorde, com produção de 132 milhões de toneladas de grãos, as vendas caiam, somando um US$ 35 bilhões.
“Teremos um desempenho menor que este ano, mas ainda assim venderemos bem”, afirmou o presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, durante balanço do desempenho do setor em 2004 e perspectivas para 2005.
A taxa de câmbio é outro fator que poderá prejudicar as vendas do setor. “Se o real mantiver-se valorizado sobre o dólar, as exportações serão prejudicadas. O ideal seria o retorno das cotações para a faixa superior aos R$ 2,90 por dólar”, diz o documento.
O relatório apresentado pela CNA diz que o Produto Interno Bruto (PIB) da atividade agropecuária apresentou crescimento de 3% em 2004, contra uma expansão estimada de 4,5% para o conjunto da economia. O desempenho é considerado fraco, perto do que ocorreu em 2003, quando o PIB da agropecuária cresceu 6,54%, enquanto o a economia brasileira cresceu apenas 0,5%.
De acordo com Salvo, o crescimento mais lento do PIB rural foi provocado, especialmente, pela quebra da safra de grãos, com perdas de dez milhões de toneladas, totalizando R$ 2 bilhões. Em 2005, a situação será ainda pior, por causa da supersafra de soja nos Estados Unidos, que continuará derrubando os preços das commodities e da taxa de câmbio.