O Plenário aprovou, por 217 votos a 209 e duas abstenções, o destaque do PT à Medida Provisória 587/12 e retirou do texto o artigo que permitia à União arcar com parte do custo de produção de etanol referente às safras 2010/2011 e 2011/2012. O benefício seria concedido apenas às unidades produtoras localizadas nas áreas de atuação das superintendências de desenvolvimento do Nordeste (Sudene) ou da Amazônia (Sudam). Para Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco, foi uma vitória apertadíssima do governo, que com todo seu poder ganhou através da discriminação ao etanol. “É um preconceito inconcebível, quando o próprio governo federal aprova inúmeros recursos a fundo perdido para as operações `Pepro` dos grãos”. Postura incongruente e que induz a mais fechamento de usinas e postos de trabalho no país, isso é lamentável”, diz indignado.
Mesmo com a situação, Cunha agradeceu aos inúmeros parlamentares que apoiaram a emenda pró-etanol, “sem prejuízos dos outros parlamentares, que votaram contra o equilíbrio da cadeia produtiva, inconsistente do governo federal, rejeitando o artigo 9º da medida provisória que consta o texto do etanol”, revela Renato Cunha.
Para ele, a aprovação do artigo 8º, que consta a subvenção aos fornecedores de cana, foi muito louvável mas necessária, sobretudo se a cana for passível de industrialização nas usinas, que também atravessam situação complicada diante da seca.
Apesar do governo sinalizar ainda uma alternativa relatada ontem pelo líder Arlindo Chinaglia, ao dizer que essa emenda do etanol poderá constar em outra MP, notadamente a de número 603, os industriais do Nordeste não acreditam na ideia. “Esse é um compromisso, a primeira vista fugaz, que consideramos incerto e sem efetividade”, relata.