Em recente viagem à Alemanha o ex-ministro Roberto Rodrigues foi, como mostra a reportagem da Forbes, muito questionado se o álcool seria mesmo um produto que o consumidor brasileiro aprova; se haveria produção suficiente para atender ao mercado, se o preço não se inviabilizaria com uma eventual queda na produção do petróleo e, finalmente, se não resultaria em uma nova dependência energética para Alemanha, numa espécie de migração do Oriente Médio, produtor de combustível fóssil, para o Brasil, produtor de biomassa.
Rodrigues esclareceu que o país produz 2,5 bilhões de litros além do que consome e que outros 100 projetos devem garantir, até 2010, a ampliação da produção de etanol em mais 12 bilhões de litros. Hoje, a produção é 17 bilhões de litros por ano. Além disso, “existem ainda cerca de 22 milhões de hectares de terras agricultáveis, aptos para cana de açúcar”, acrescentou.
O ex-ministro fez questão de explicar que os produtores de álcool não iriam destruir a floresta amazônica para aumentar a área de plantio, ressaltando que as medidas continentais do Brasil permitem a ampliação da cultura da cana e, ao mesmo tempo, e a manutenção da floresta.
Sobre o preço, Rodrigues disse que o álcool é competitivo mesmo com o barril de petróleo a US$ 40, já que tem um custo de cerca de US$ 27. Além disso, explicou que não estava ali para vender etanol, mas para oferecer cooperação para que o país produza etanol a partir da beterraba. Também sugeriu a parceria da Alemanha para a criação de infra-estrutura no Brasil para escoar a produção para o mercado externo.
Na oportunidade, empresários brasileiros apresentaram os resultados da indústria automotiva com motores flex-fluel — tecnologia desenvolvida no Brasil pela alemã Bosch, e aplicada pela primeira vez pela Volkswagen. Segundo o consultor Ingo Plöger, é uma das melhores alternativas para que o etanol se dissemine na Alemanha. “Se você der ao consumidor alemão a possibilidade de optar pelo veículo, certamente o mercado deslanchará”.