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Demanda por hedge aumenta e atrai a americana FCStone

A corretora americana FCStone está, finalmente, desembarcando no Brasil. Com um atraso de alguns anos em relação a seus principais concorrentes, como a LaSalle ou a Fimat Futures, a FCStone diz que está chegando no momento certo. “O momento não poderia ser mais oportuno, porque as cooperativas e indústrias estão se conscientizando mais sobre a importância de instrumentos de proteção financeira, como o hedge”, diz Gonzalo Terracini, corretor sênior da FCStone do Brasil. A corretora, que tem patrimônio de US$ 600 milhões no mundo, acaba de abrir seu primeiro escritório na cidade de Campinas (SP).

Para Terracini, a valorização do real em relação ao dólar retirou a competitividade dos exportadores brasileiros, tornando-os mais conscientes sobre a fragilidade com que administram suas posições financeiras.

“Muitos dos nossos clientes tinham pouca ou nenhuma experiência em operar no mercado futuro ou de opções”, diz. Ele estima que 5% da safra brasileira de soja esteja protegida por algum instrumento de hedge, contra uma média de 80% nos Estados Unidos. “O Brasil está apenas engatinhando neste campo”, diz Terracini.

Justamente para evitar que os novatos se “machuquem” operando derivativos, a FCStone oferece um serviço de administração de riscos para seus clientes, para ajudá-los a operar na Bolsa de Chicago ou na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O serviço é pago e obrigatório. “Muitas corretoras quebraram porque especulavam e incentivavam seus clientes a fazê-lo. Nós fazemos o contrário. Queremos que os clientes façam operações de hedge. O cliente precisa ser assessorado para tomar a melhor decisão. Por isso, o serviço de administração de riscos é obrigatório”. Isso não impede que os clientes também especulem, porém “por sua própria conta e risco”.

A FCStone tem planos de expandir suas operações para o interior do Brasil, a exemplo do que faz nos Estados Unidos, onde opera 18 escritórios nas principais áreas produtoras. No Brasil, ela opera futuros do complexo soja em Chicago e de açúcar, álcool e algodão na BM&F.