O aumento da demanda por biocombustíveis nos próximos anos deverá elevar os preços do produto. Ao mesmo tempo, essa procura pelo biodiesel contribui para criar oportunidades de negócios para empresas processadoras de alimentos, segundo concluíram analistas do banco de investimentos Goldman Sachs.
A demanda maior pelo combustível gera mais competição no mercado de alimentos. Isso ocorre porque a oferta de biocombustíveis disponíveis comercialmente, como etanol e biodiesel, ocupam lavouras que então eram destinadas à produção de alimentos.
“O impacto mais provável dessa competição por recursos (entre alimentos e combustível) será uma pressão maior sobre os preços dos produtos agrícolas, declara o Goldman, levando em conta a pesquisa realizada com base na oferta de biocombustíveis e alimentos.
Preços em alta
“Há evidências para sugerir que os preços do produto já subiram e irão avançar mais devido ao crescimento dos biocombustíveis”, afirmou a instituição em seu estudo. “A maior preocupação é a disponibilidade de terra”, diz a pesquisa.
Segundo o banco, seus analistas que estudam a demanda sugeriram, por exemplo, que uma substituição de 20% de combustível fóssil por biocombustível para necessidades de transportes na União Européia poderia exigir o uso de até 61 por cento da quantidade atual de terras aráveis do bloco.
Boa posição
“Processadores agrícolas parecem bem posicionados, ou seja, em condições para explorar a oportunidade de crescimento oferecida pelos biocombustíveis e estão aumentando os investimentos na área”.
Uma das empresas que estão investindo em biocombustíveis é alemã Suedzucker .
Com os preços do petróleo em níveis recordes, os biocombustíveis se tornam cada vez mais atraentes aos investidores, especiamente no Brasil, que é o maior produtor de açúcar e de álcool.
Outro argumento favorável aos biocombustíveis são os sintomas de que está havendo mudança climática e o Protocolo de Kyoto, já que eles ajudam a reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Entretando, a principal limitação no crescimento dos biocombustíveis deverá ser a disponibilidade de terra e lavouras nas regiões produtoras.
“Enquanto a questão do impacto dos biocombustíveis nos preços (de matéria-prima para alimentos) pode parecer uma ameaça distante, pode-se argumentar que ele já é sentido em mercados como o de colza na Europa (para produção de biodiesel) e nos preços mundiais de cana-de-açúcar (para etanol)”, afirma a pesquisa divulgada pelo Goldman.