A demanda global por açúcar está “notavelmente saudável”, sustentada pela crescente indústria de álcool do Brasil e pelo aumento do consumo mundialda commodity, segundo informações de Jonathan Drake, presidente da divisão de açúcar da Cargill Inc., a maior empresa agrícola dos Estados Unidos às agências internacionais.
O Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, utiliza cerca
da produção de cana-de-açúcar na fabricação de etanol. Essa
fatia deve subir para 60% durante os próximos cinco anos, impulsionada pelo maior potencial de lucros gerados pelo
combustível e pelo aumento das vendas de carros flexfuel, disse Drake. A receita gerada pelo etanol é maior do que a arrecadada pelo açúcar e pode dobrar dentro de cinco anos, segundo ele. Mais de 70% o
de todos os carros novos comercializados no Brasil são do tipo flex.
“O setor açucareiro está certo em ficar preocupado com a oferta durante os próximos três anos”, disse Drake, em apresentação realizada durante a conferência sobre o comércio de açúcar realizada em Dubai. “Mas a demanda continuará saudável.”
O açúcar, que foi a commodity de melhor desempenho em 2005, computou em 2006 o terceiro pior desempenho entre os contratos futuros do Índice de Commodities do Goldman Sachs, registrando um declínio de 34%. Os preços do açúcar demerara em Nova York recuaram 20% no ano passado.
O crescimento do consumo de açúcar na Ásia e no Oriente Médio contribuirá para elevar a demanda mundial, disse Drake às agências internacionais. A Cargill está co-financiando uma refinaria que está
sendo construída na Síria e deverá produzir 1 milhão de toneladas de açúcar refinado por ano até o final de 2007.
O consumo de açúcar está crescendo 2% ao ano na Síria, no Líbano, na Jordânia e no Iraque, disse Drake. “A tendência geral é a criação de mercados locais em torno de refinarias que estão sendo construídas”, acrescentou ele.