O açúcar, a commodity de melhor desempenho nos últimos 12 meses, deverá subir para seu patamar mais elevado de mais de três anos, puxado pelo déficit mundial e também pelas importações da Índia.
O volume recorde de importações em 2004 e as novas compras externas em 2005 puxaram os preços do produto para cima. As colheitas escassas deste ano e do próximo poderão elevar as cotações do edulcorante para 18 centavos de dólar por libra-peso, segundo Alan Winney, presidente do conselho administrativo da Queensland Sugar Ltd.
“A Índia é o grande motor do mercado mundial e, como a safra da Índia continua a diminuir, esse preço vai subir”, disse Winney em entrevista. A Queensland Sugar é a maior vendedora externa da commodity na Austrália, o terceiro maior exportador de açúcar mundial. “Isso se baseia somente na direção para onde apontam atualmente a oferta e a demanda”, acrescentou o executivo.
A Índi! a, o principal consumidor de açúcar mundial e o segundo maior produtor mundial de açúcar depois do Brasil, foi obrigada a retomar as importações este ano, pela primeira vez desde o ano-safra 2005-2006, depois que sua produção caiu pelo segundo ano consecutivo. Os preços dispararam 58% no ano passado, na medida em que as quebras de produção da Índia reforçaram o déficit mundial já previsto.
Cosan
A Cosan deverá direcionar até 55% da cana-de-açúcar processada na safra 2009/2010 para a produção de açúcar, segundo Marcos Lutz, vice-presidente comercial da empresa. O mix de 55% para açúcar e 45% para etanol é bem superior à média esperada para esta safra no Centro-Sul, de apenas 42% da cana ser direcionada para o açúcar.
A empresa vai aproveitar sua flexibilidade para alternar a produção de açúcar e etanol para maximizar os ganhos com as exportações de açúcar diante do bom desempenho das cotações internacionais diante de um cenário de déficit mundial.
Com este mix, a produção da Cosan de açúcar deverá atingir 3,7 milhões de toneladas em 2009/2010 ante 3 milhões de toneladas em 2008/2009. Segundo Lutz, a produção de etanol da Cosan deverá atingir 2,3 bilhões de litros. A Cosan também deverá adquirir no mercado perto de 2 bilhões de litros para ser distribuído por meio da divisão Esso.
O executivo afirmou também que a Cosan poderá comprar etanol de empresas menores e com dificuldades financeiras para estocar.