Mercado

Déficit global de açúcar deve crescer, segundo a Organização Internacional (ISO)

Déficit global de açúcar exigirá que os produtores da região centro-sul do Brasil ampliem o nível de exportações

Em sua estimativa mais recente, divulgada em maio, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) prevê aumento do déficit global de açúcar.

Esse aumento, na temporada 2024/25, é de 5,5 milhões de toneladas.

O volume, segundo divulgação da ISO, é de 0,6 milhão de toneladas a mais do que o previsto anteriormente pela entidade em fevereiro deste ano. 

Motivo da previsão do déficit global de açúcar

Em nota, a ISO destaca que o principal motivo que influenciou a revisão do balanço mundial de açúcar foi a redução da estimativa da produção mundial de açúcar na safra 2024/25 para 174,8 milhões de toneladas.

Esse montante equivale a 6,5 milhões de toneladas a menos que o valor da temporada passada.

Motivos que influenciaram a previsão de déficit global de açúcar estava a menor produção na Índia e no Paquistão.

O consumo global nesta temporada deve atingir um recorde de 180,3 milhões de toneladas.

Isso representa queda de 0,2 milhão de toneladas em relação à estimativa anterior da ISO e apenas 0,6% acima do nível da temporada anterior.

lsso apesar de uma redução de 0,7 milhão de toneladas na produção projetada para 2023/24, para 179,2 milhões de toneladas.

De acordo com a previsão da ISO, mudanças na dinâmica do comércio mundial de açúcar são fatores-chave que influenciam o mercado global de açúcar.

O volume estimado de comércio de açúcar na temporada 2024/25 deverá cair significativamente, com as exportações de açúcar caindo para 63,3 milhões de toneladas, ante 69,3 milhões de toneladas na temporada passada, enquanto a demanda por importação de açúcar deverá ficar em 63,1 milhões de toneladas. 

O déficit global de açúcar será compensado por uma redução nos estoques nacionais de commodities.

Estima-se que a relação entre estoques finais e uso em 2024/25 cairá de 55,6% no final de 2023/24 para 52,1%.

De acordo com informações atualizadas dos países-membros, em setembro deste ano os estoques de açúcar podem atingir a menor taxa em 13 anos, o que impactará a dinâmica dos preços mundiais do açúcar.

A expectativa é de que o índice médio de preços do açúcar bruto na primeira quinzena de maio deste ano caiu 11% em relação ao ano anterior, para 17,74 centavos de dólar por libra-peso.

A previsão de preços para os próximos três meses deve ser de neutra a otimista.

O crescente déficit global de açúcar exigirá que os produtores da região centro-sul do Brasil mantenham as fábricas funcionando na nova temporada 2025/26 para atingir o nível de exportações de maio a setembro de 2024, relata, em nota, a União dos Produtores de Açúcar da Rússia.

Delcy Mac Cruz

Editor

Editor do JornalCana

Editor do JornalCana