A safra brasileira de cana para 2008/09 será mais alcooleira que a 2007/08, mesmo com as recentes altas do açúcar no mercado internacional, de acordo com a consultoria sucroalcooleira Datagro.
Plínio Nastari, presidente da Datagro, prevê um mix de produção no Centro-Sul de 57,4% para o álcool e 42,6% para o açúcar. Em 2007/08, o mix foi de 55,6% para o etanol e 44,4% para o açúcar.
A oferta de álcool deverá ficar em 24,75 bilhões de litros, com aumento de 12,75% sobre 2007/08. Deste total, 22,7 bilhões de litros serão produzidos no Centro-Sul, um aumento de 13,3%. No Nordeste, a produção deverá atingir 2,06 bilhões de litros, ante os 1,9 bilhões em 2007/08.
Para o longo prazo, a Datagro vê sinais positivos para o álcool e o açúcar. Atualmente, a cana ocupa uma área de 7 milhões de hectares e deverá atingir quase 17 milhões até 2025, segundo estimativas da Datagro. Segundo Nastari, a expansão do setor é sustentada pela maior demanda por álcool no mercado interno, estimulada pelas vendas de carros flexfuel, e deverá ganhar suporte também pelas importações dos EUA. “A partir de 2015, os americanos deverão buscar etanol de outros mercados”, disse. Nastari acredita que os EUA esgotarão nos próximos sete anos seus recursos para produção própria de etanol à base de milho para depois recorrer ao mercado internacional.
Para 2025, a Datagro prevê que a produção de álcool combustível no mercado interno será de 70,7 bilhões de litros e álcool industrial em 7,3 bilhões de litros. As exportações serão de 25 bilhões de litros.
No caso do açúcar, o mercado interno deverá consumir 20,6 milhões de toneladas e as exportações serão de 46 milhões de toneladas.
Para isso, a produção de cana deverá atingir 1,59 bilhão de toneladas.