O custo com transporte de cana-de-açúcar representa aproximadamente 12 % do custo da saca de açúcar o que torna onerosa a parcela, dado essa representabilidade tem sido estudado e otimizado sob os aspectos logísticos e operacionais. No que tange ao custo operacional, podemos dividi-lo em suas clássicas parcelas: Capital (depreciação e juros), Taxas, Operador, Combustível, Lubrificante e Reparos e Manutenções. Técnicas e medidas fornecem uma infinidade de opções para alterar e otimizar cada um desses itens.
O custo com manutenção apresenta múltiplos aspectos que podem ser otimizados. Em primeira análise podemos decompô-lo segundo a estrutura.
Outro aspecto fundamental quando se procura reduzir custos com manutenção é conhecer seu valor padrão, isto é, para determinado modelo qual seria o valor esperado, e para verificar se determinado equipamento está ou não nos limites aceitáveis. Essa resposta não é tão simples, pois os gastos com manutenção dependem fundamentalmente de sua vida (km) e o quanto esse equipamento já percorreu.
A Assiste, estudando equipamentos de um grupo de empresas que efetuam o transporte de cana-de-açúcar, selecionou em sua vasta base de dados o modelo Scania T-112 como equipamento padrão. Para tal fim, utilizou-se de quatro usinas tidas como modelo, com 30 equipamentos e dados de 5 (cinco) anos perfazendo aproximadamente 210 informes. Foi também explorado o modo operante dos equipamentos, isto é, como treminhão (plataforma) ou como cavalo mecânico (bate volta).
Como pode se verificar o custo do modelo Scania T 112 operando como treminhão é superior que o mesmo equipamento operando como cavalo mecânico, esse fato deve-se principalmente devido a condição mais onerosa do processo de trabalho que obriga o caminhão trafeguem fora de estradas (palhada), já que com o cavalo mecânico operando no processo bate volta seu trafego opera em estradas sensivelmente melhores.
Se atentarmos ao Scania T 112 treminhão (plataforma, seu custo com manutenção em relação à vida em torno de 50.000 km (primeiro ano) é de R$0,18 / km, já com 500.000 km teremos despesas na faixa de R$ 0,55 / km, onde verificamos um aumento superior a 200 %.
Podemos analisar o custo com manutenção decompondo-o em suas principais parcelas.
Por outro se analisarmos do ponto de vista operacional, o índice disponibilidade mecânica é decrescente em função de sua vida (km).
Podemos verificar que para cada 100.000 km percorridos a disponibilidade decresce aproximadamente 4%. Adotar medidas do tipo renovação de frotas com bases financeiras têm grande importância na otimização dos custos. A tabela abaixo mostra de modo resumido o aumento do CRM (custos com reparo e manutenção) em função da evolução da vida.
Evolução do CRM e Eficiência Disponibilidade em Função da Idade
Idade do Condição C.R.M. Disponibilidade
Equipamento Conservação Plataforma Cav.Mecânico (%)
0 a 150.000 Novo 0,16 0,12 96
150.000 a 400.000 Regular 0,34 0,23 86
400.000 a 700.000 Velho 0,59 0,37 75
Angelo Domingos Banchi é engenheiro agrícola e analista de sistemas, e José Roberto Lopes é administrador de empresas. Ambos são diretores da ASSISTE – Assessoria em Sistemas Técnicos, de Piracicaba (SP), e-mail: [email protected]
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