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Custo de produção de fornecedores pode chegar a R$ 45,42/tonelada em SP

O custo de produção – operacional efetivo, inclusive encargos sociais – dos fornecedores de cana-de-açúcar varia entre R$ 32,08 e R$ 45,42 por tonelada, de acordo com o sistema de produção e a região do Estado de São Paulo. Este é o resultado dos estudos das pesquisadoras Marli Dias Mascarenhas Oliveira e Katia Nachiluk, do Instituto de Economia Agrícola da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Os dados obtidos no trabalho permitem caracterizar e analisar a cultura do ponto de vista do custo de produção (sistema convencional) sob diferentes tipos de colheita e ainda verificar os impactos e a importância das despesas com colheita no custo operacional.

A maior diversidade de formas de colheita (seis ao todo) foi levantada na região de Jaú. “Nessa região há áreas de canavial na área urbana onde a colheita da cana crua é realizada manualmente. A região de Jaú apresentou os maiores custos de produção quando as colheitas (manual e mecânica) são realizadas pela usina e os menores quando estas são realizadas de forma mecânica pelos produtores e condomínio.”

Já os menores custos de produção ocorrem no sistema de colheita manual na região de Assis. Nas regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba, Catanduva, Assis e Araçatuba, as pesquisadoras identificaram que os fornecedores realizam usualmente duas formas de realizar a colheita.

Custos por sistema e região – Na região de Jaú, o custo operacional efetivo (COE), entre os sistemas que utilizam colheita manual, foi menor para o produtor (R$ 38,02 a tonelada) do que para a usina (R$ 40,01). “Para a cana crua, os valores de custo são superiores, já que essa modalidade apresenta preços de colheita maiores, dada as dificuldades na operação”, observam as pesquisadoras do IEA.

A colheita mecânica realizada pelo condomínio apresenta menor valor de COE por tonelada (R$ 32,75). Devido à eficiência na administração do modelo de condomínio, “ocorre um reflexo positivo principalmente no valor do COT (custo operacional total), em que os custos fixos são diluídos em função do bom desempenho operacional no uso das colhedoras”, explicam.

Na região de Assis, o sistema de colheita mecanizada apresentou o menor custo de produção, com o COE de R$ 35,39 a tonelada. Também na região de Catanduva o sistema de produção que utiliza colheita mecânica apresentou os menores valores (no caso do COE, R$ 35,78 a tonelada).

Na região de Araçatuba, o COE foi de R$ 38,71 a tonelada para o sistema de colheita manual realizada pela usina. Esse custo cai para R$ 32,08 a tonelada quando a colheita é realizada por empresa prestadora de serviços, ou seja, valor 20,69% inferior ao do sistema manual.

Na região de Piracicaba, encontram-se as menores diferenças percentuais dos custos de produção entre os sistemas de colheita realizada pelas usinas. O sistema de colheita manual tem COE de R$ 34,65, enquanto o COE do sistema de colheita mecânica é de R$ 33,15 a tonelada.

Situação semelhante é a de região de Ribeirão Preto, cujos sistemas utilizam somente os serviços das usinas em suas colheitas. A cana-de-açúcar apresenta menores custos quando colhida mecanicamente (COE de R$ 34,76 a tonelada), enquanto o COE da colheita manual foi calculado em R$ 37,06 a tonelada.