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Cultivo de orgânicos aumenta 35%

O cultivo de produtos orgânicos está cada vez mais disseminado no Paraná. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, na safra 2001/ 02 a produção totalizou 48 mil toneladas. Esse volume é 35% maior que o obtido na safra anterior. A produção de 16 mil toneladas de soja orgânica, por exemplo, foi quase que totalmente exportada.

Produzir organicamente atende a uma demanda por produtos saudáveis e ecologicamente corretos. Mas, para o agricultor, a principal vantagem está no retorno financeiro. Segundo o técnico do Deral Maurício Tadeu Lunardon, o prêmio recebido pelos produtores por trabalharem com um produto de maior valor biológico, livre de agrotóxicos, fica em torno de 50%. “No caso da soja orgânica, mesmo a produtividade média sendo menor que a obtida no cultivo convencional, a rentabilidade é 31% maior”, afirma o técnico.

Segundo o estudo “Agricultura Orgânica, quando o passado é o futuro” do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), esse tipo de produção agrícola movimenta anualmente entre US$ 220 milhões e US$ 300 milhões no Brasil.

Engana-se quem pensa que a agricultura orgânica é apenas uma “cultura alternativa”. O nível de profissionalização cresce tão rápido quanto a safra estadual, que era de 4 mil toneladas em 1996/97. Atualmente, a maioria dos produtos orgânicos é certificada ou está em processo. Para Lunardon, do Deral, a agricultura orgânica, de alternativa, passou a ser uma necessidade. No Paraná, 86% das propriedades rurais têm área inferior a 50 hectares. “Por isso, é importante incentivar atividades que permitem obter maior rentabilidade por área”, diz.

Lunardon conta que o crescimento das culturas orgânicas de trigo e milho tem chamado a atenção. No caso do milho, a produção está sendo alavancada também pelo aumento da produção animal. Essa diversificação é necessária para produção de esterco para compostagem.

Entre os produtos de origem animal, o leite orgânico, apesar de não poder ser comercializado como tal, pois não tem registro no Ministério da Agricultura, é o mais disseminado. Também se destaca a produção de carne de frango, suínos e peixe.

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