O cultivo da cana-de-açúcar pode enriquecer o solo a longo prazo, graças à forte aplicação de insumos que é feita nas lavouras para garantir a sua alta produtividade. Segundo Thomaz Fronzaglia, agrônomo e pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria de Agricultura de São Paulo, com o uso de insumos, as áreas de pastagens que são convertidas para cana têm ganho de produtividade.
Os investimentos dos produtores de cana em tratos culturais cresceram nos últimos anos. Boa parte a expansão de áreas tem se dado em regiões de pastagem, que demandam investimentos em insumos. O custo de produção por hectare gira em torno de US$ 1.000, segundo dados do Instituto FNP. Pesquisadores do setor dizem que a rotação de culturas é uma prática comum no setor canavieiro e recomendável ao solo, porque ajuda a fixar nutrientes.
“A soja, ajuda a fixar o nitrogênio no solo”, afirma Jorge Donzelli, gestor do programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
No sistema de rotação de culturas, os produtores de cana têm aumentado a adoção da soja transgênica, como alternativa ao tradicional amendoim.
Atualmente, o amendoim lidera a rotação nos canaviais devido ao seu ciclo curto. A colheita é feita três meses após o plantio, que é feito fora do período de plantio da cana.
Segundo Marcelo Montezuma, diretor da Monsanto, a soja pode ganhar mais espaço na renovação dos canaviais, que hoje ocupa entre 15% e 20% das áreas plantadas com cana a cada ano. A Monsanto está pesquisando grãos transgênicos precoces e de maior produtividade, para uso em lugar do amendoim nos canaviais.