A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou este mês o uso comercial de uma levedura geneticamente modificada para produção de diesel com utilização de cana-de-açúcar.
A levedura liberada é um fungo, muito utilizado na produção de vinhos, cachaça e fermento de pão. A espécie aprovada teve o DNA modificado, o que a torna capaz de produzir um precursor do diesel, o farneseno.
O diesel produzido dessa forma não tem enxofre, produz quantidade menor de material particulado e é renovável, reduzindo assim o impacto para o aquecimento global.
Para a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a decisão da CTNBio é um relevante avanço para o setor, cujo desdobramento será potencialmente a abertura de uma nova fronteira de expansão para o setor sucroenergético brasileiro.
“É um passo essencial para que diversos projetos que envolvem a produção de hidrocarbonetos a partir da cana-de-açúcar, hoje em desenvolvimento em diferentes partes do mundo, possam avançar”, disse o consultor em tecnologia e emissões da Unica, Alfred Szwarc.
Um desses projetos é uma parceria entre a Usina Boa Vista, em Quirinópolis, GO, parte do Grupo São Martinho e a Amyris, empresa com sede na Califórnia que pesquisa a produção de diesel, querosene de aviação e gasolina a partir da cana.