Cerca de 50 dos 163 postos de combustível de Ribeirão Preto estão à venda por causa das dificuldades de se tocar o negócio na cidade. A estimativa foi feita pelo vice-presidente da Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis (Brascombustíveis), Renê Abad, em debate realizado na sexta-feira, 25, na Câmara dos Vereadores.
“A venda de etanol caiu muito. Para se ter ideia, em janeiro, elas foram 23% menores em relação a dezembro do ano passado, que já é um mês de pouca movimentação. Além disso, a margem de lucro está muito pequena”, disse Abad.
Segundo ele, hoje as despesas de um posto com 212 mil litros de combustível giram em torno de R$ 68 mil por mês. “É muita exigência, automação, gastos com aluguel, mão-de-obra, segurança. Tudo subiu.” Abad afirmou que hoje só resistem os postos já estruturados e que possuem loja de conveniência.
De acordo com um administrador de um posto à venda na Avenida da Saudade — que não quis revelar o nome —, hoje em dia a margem de lucro por litro de etanol é de R$ 0,18. “Para tocar um posto adequadamente, o lucro tem de ser acima de R$ 0,25 o litro. Houve meses críticos no ano passado em que trabalhamos com margem de R$ 0,09, totalmente inviável.” Outra queixa dos donos de postos é o grande número de estabelecimentos na cidade. “O pessoal chega a Ribeirão achando que montar posto é ‘mil maravilhas’. Muitos não têm experiência e acabam quebrando a cara”, alertou Abad.