O grande desafio do setor sucroenergético para os próximos anos é conseguir crescer. A constatação foi feita por especialistas do setor durante o Ethanol Summit, em São Paulo, em junho. Para eles, apesar da certeza de que a energia renovável brasileira aponta para o futuro, problemas estruturais atrasam o desenvolvimento do setor. Há uma urgência em aumentar a produção de cana-de-açúcar para atender a demanda crescente, mas para que isso é preciso resolver problemas de logística.
De acordo com Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), atualmente o Brasil produz 22 bilhões de litros para abastecer 45% da frota de automóveis leves. Para atender 60% desses veículos até 2020 a produção terá de subir para 70 bilhões de litros. “Nosso desafio é o crescimento com sustentabilidade e eficiência, o que implica em investimentos para a inovação tecnológica, eficiência e uma crescente profissionalização do setor,” afirmou.
Embora conscientes da dimensão do desafio que o segmento tem pela frente para endereçar seus problemas, em geral os especialistas mostraram-se otimistas com o futuro do setor. Segundo o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, a produção do bioetanol no Brasil não está otimizada e ainda pode dobrar. Ele apontou vantagens competitivas da cana-de-açúcar. “A produção de combustível líquido renovável em escala global só é possível com a cana de açúcar”, finalizou.
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Para Narendra Murkumbi, co-fundador da multinacional Shree Renuka, uma das maiores produtoras açúcar do mundo, o açúcar brasileiro ainda é mais atrativo no mercado internacional do que o etanol, que ainda padece com barreiras protecionistas nos Estados Unidos e na União Européia. Quastionado sobre a perspectiva de crescimento da produção global do biocombustível, o executivo deu uma resposta bem-humorada: “O açúcar é minha mulher, o etanol é minha namorada.”
Matéria publicada na Revista Bio&Sugar – Edição 7. Mais informações no site: www.bio-sugarmagazine.com
