Mercado

Crescem as vendas de máquinas agrícolas

As exportações brasileiras de máquinas agrícolas deverão aumentar 10% neste ano e ultrapassar US$ 1 bilhão em receitas, segundo previsões da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em 2003, a arrecadação das montadoras com as vendas externas de colheitadeiras e tratores foi de US$ 967 milhões, o que representou aumento de 50% em relação ao ano anterior, de US$ 642,8 milhões (ver tabela ao lado).

O bom desempenho das exportações reflete o investimento feito nos últimos anos pelas companhias para o desenvolvimento de produtos. Além disso, algumas montadoras “transformaram o Brasil como base exportadora ao fechar unidades industriais em outros países”, informa Persio Pastre, vice-presidente da Anfavea.

Vendas em alta

No mês de janeiro, as exportações de máquinas agrícolas totalizaram 1,869 mil unidades, o que significa um aumento de 118,3% em comparação ao desempenho de janeiro de 2003, quando as montadoras brasileiras exportaram 856 unidades.

No mercado interno, as vendas de tratores e colheitadeiras aumentaram 60,9% em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2003, com a comercialização de 2,411 mil unidades neste ano, em comparação às 1,498 mil unidades anteriores.

As vendas de colheitadeiras em janeiro aumentaram 122%, para 737 unidades, em comparação com as 332 registradas em 2003.

Para o vice-presidente da Anfavea, as vendas médias de máquinas agrícolas nesta década estão aumentando e devem se recuperar em relação à forte queda registrada nos anos 90. Segundo Pastre, a partir de 2000 as vendas de máquinas no mercado interno atingiram em média 36,5 mil unidades por ano, o que significa que poderia atingir algo em torno de 440 mil até o final da década.

Nos anos 90, informa ele, as vendas totalizaram apenas 244 mil unidades, enquanto na década anterior as vendas totalizaram 460 mil e nos anos 70, atingiram 499 mil unidades negociadas.

Com a tecnologia atual, informa Pastre, os tratores e colheitadeiras têm potência maior e têm vida útil maior. “Isso significa que, com um número menor de equipamentos hoje, os agricultores conseguem obter o mesmo resultado”, diz.

Financiamento

A Anfavea prevê uma demanda de R$ 2 bilhões em recursos para o financiamento de tratores e colheitadeiras neste primeiro semestre de 2004. Deste volume, R$ 750 milhões já estão alocados, o que significa que ainda faltariam R$ 1,25 bilhão em verba do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas, Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), linha idealizada pelo Ministério da Agricultura e liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2003 – entre janeiro e dezembro -, foram liberados no total R$ 2,9 bilhões em crédito para o setor, dos quais R$ 1,8 bilhão do Moderfrota e R$ 1,1 bilhão da Finame Agrícola Especial, diz Pastre. Esta linha de crédito do BNDES tem juros anuais de 13,95% ao ano. Já a verba do Moderfrota tem juros anuais de 9,75% ao ano, no caso de produtores rurais com renda bruta anual até R$ 150 mil, e 12,75% para os produtores com renda superior a este valor.

(Finanças & Mercados/Página B12)(Paulo Soares)