A participação do setor sucroalcooleiro na compra de máquinas agrícolas tem crescido nos últimos meses, sobretudo com a expansão do segmento nas regiões oeste e noroeste do Estado de São Paulo, consideradas novas fronteiras para a cana.
De janeiro a agosto deste ano, as montadoras comercializaram 90 unidades de colhedoras de cana no país, 55% acima dos volumes vendidos em todo o ano de 2004, segundo Persio Pastre, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Pastre disse que São Paulo – maior produtor de cana do país – foi um dos poucos Estados que registraram aumento nas vendas de máquinas, uma vez que o setor enfrenta uma desaceleração dos negócios por conta da queda dos preços dos grãos. Nos primeiros sete meses do ano, o Estado negociou 3.841 tratores, um crescimento de 11,6% sobre igual período de 2004. As vendas nacionais, contudo, atingiram 11.018 unidades no mesmo período, queda de 34,9%.
Nos últimos anos, as vendas para o setor de açúcar e álcool representavam 30% do total vendido pelas companhias. A participação subiu para algo entre 35% e 38% nos últimos meses. “O bom momento do setor sucroalcooleiro tem se refletido na maior demanda por máquinas”, disse Isomar Martinichen, diretor comercial da Case IH, empresa do grupo CNH (controlado pela Fiat), líder de vendas para o setor de açúcar e álcool, que tem apostado na expansão do setor para consolidar suas vendas.
Segundo Martinichen, cerca de 20% das vendas das máquinas agrícolas vendidas para as usinas foram adquiridas na região de Araçatuba, oeste de São Paulo. A CNH respondeu por um pouco mais de 60% das vendas totais de colhedoras de cana de janeiro a julho.
Os negócios mais recentes foram fechados com a usina Santa Adélia, que está construindo uma nova unidade na região de Araçatuba. A usina adquiriu cinco tratores, que já estão sendo utilizados no preparo do solo da área onde será construída a nova usina.(MS)