Os maiores credores da Cia. Albertina, usina de açúcar e álcool sediada em Sertãozinho (SP) e que entrou com pedido de recuperação judicial no fim do ano passado, podem se tornar acionistas da usina, conforme informações de seu gestor interino. Marcelo Milliet. Ainda não há, porém, negociação em curso.
De acordo com Milliet, os maiores credores da usina são a trading Multigrain, o fundo de investimento Callao/Crecera e o banco alemão HSH, que aderiu recentemente ao plano de recuperação da companhia. Ao todo, a companhia paulista tem aproximadamente 600 credores. Com sua adesão ao plano, o HSH liberou estoques que tinha como garantia para venda e se comprometeu a fazer empréstimos no valor equivalente ao valor obtido com estes produtos.
No atual estágio, explicou Milliet ao Valor, há duas opções para o destino da Albertina: a realização de um leilão judicial para a venda da usin! a, que poderá ocorrer até dezembro de 2010, ou a entrada de um sócio “forte”, talvez um dos credores citados.
A Cia. Albertina iniciou ontem sua colheita de cana da safra 2009/10. A expectativa é moer cerca de 950 mil toneladas. “A capacidade total da usina é para uma moagem de 1,5 milhão de toneladas”, afirmou Milliet.
Com a liberação dos estoques por parte dos credores da Albertina, foram gerados fundos suficientes para os trabalhos de manutenção da safra, para o retorno dos pagamentos a funcionários e alguns credores, respeitando as decisões aprovadas no plano.
O grupo foi o primeiro do setor a entrar com pedido de recuperação judicial, em novembro de 2008, durante o auge da crise financeira global, alegando uma dívida de US$ 100 milhões. O plano de recuperação da empresa foi aprovado em 25 de maio.
Outras empresas do setor sucroalcooleiro também recorreram à Justiça para evitar a falência. Contudo,! a crise financeira pela qual passam as usinas é anterior ao período de turbulência global. A situação das usinas ficou delicada a partir de 2007/08, com a forte queda dos preços do açúcar no mercado internacional.(MS)