As indústrias de defensivos químicos devem reduzir em pelo menos 10% o volume de vendas financiadas neste ano. Em 2005 o setor financiou US$ 2,3 bilhões (58%) de suas vendas totais, de US$ 4 bilhões.
“O mercado todo vai encolher 10%, para US$ 3,6 bilhões. As vendas financiadas certamente vão diminuir mais do que a média”, diz Antônio Carlos Zem, diretor-presidente para a América Latina da FMC Química do Brasil. Zem também representa o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag).
O volume financiado vai diminuir em razão dos problemas de renda no campo. “Dívidas renegociadas do ano passado estão encavalando com financiamentos mais recentes. Entre abril e maio deste ano estão para vencer US$ 1 bilhão de financiamentos recentes tomados com as indústrias de agroquímicos. Acredito que apenas 20% desse volume será honrado”, disse.
Quanto à proposta dos agricultores de refinanciar a dívida privada por meio de título que alongaria os pagamentos em até 20 anos, Zem foi cauteloso. “A indústria não pode renegociar a dívida em massa porque seria acusada de cartelização. Além disso, se assumíssemos a dívida da forma como querem os produtores, o problema de liquidez deles seria transferido para nós”, afirmou.
Ele acredita que o caminho é a renegociação caso a caso, como foi feito na safra passada. Em 2005 o setor de defensivos renegociou 30% do crédito concedido, ou US$ 1 bilhão. Essas dívidas renegociadas estão vencendo neste ano, ou seja, estão se sobrepondo às parcelas mais recentes. Para 2006, Zem acredita que a renegociação atinja 50% dos U$ 2,3 bilhões concedidos.