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CPFL investe em biomassa para geração de energia

A CPFL vai anunciar, na próxima terça-feira, um novo projeto de geração de energia elétrica de biomassa de cana-de-açúcar. A informação é do vice-presidente de geração de energia da companhia, Paulo Cezar Tavares. Segundo ele, esse será o maior projeto de biomassa da CPFL e vai englobar três usinas de açúcar e etanol de um mesmo grupo de capital nacional.

“A energia a ser produzida nesse projeto será superior à soma de nossos dois projetos em andamento, na Usina Baldin, em São Paulo, e na Usina Baía Formosa, no Rio Grande do Norte.”

Desde meados da década passada, a CPFL vem se associando a usinas do setor em investimentos de produção de energia produzida da cana. “Começamos nosso relacionamento comprando excedente de usinas do interior paulista. Depois, passamos a investir na construção de linhas de conexão e subestações para essas usinas.

Recentemente, passamos a investir na modernização de usinas para alavancar a produção de energia produzida da queima do bagaço.” Nesse processo, o acordo é feito com a CPFL investindo na troca das caldeiras, construção de casa de força, conexão e subestações, e sua remuneração é feita por meio do excedente de energia.

Na segunda quinzena de abril entra em operação a primeira usina em que a CPFL investiu nesse “retrofit”. Localizada em Pirassununga (SP), a Usina Baldin recebeu investimentos de R$ 105 milhões e terá capacidade instalada de 45 MW, das quais a CPFL poderá comercializar 20 MW.

“A usina entra em operação em abril com um excedente de cerca de 14,3 MW, mas a expectativa é atingir 23,6 MW em 2017”, disse Tavares. Segundo ele, a expansão da produção de energia está vinculada à da produção de cana, já que a matéria-prima é o bagaço.

Praticamente toda energia gerada pela Baldin já foi vendida. Segundo Tavares, a comercialização foi feita quase toda no mercado livre. “Temos uma clientela grande, com demanda por essa energia. Isso fez com que não precisemos utilizar, até o momento, os leilões de energia de forma significativa.” O executivo explica que os contratos fechados são de longo prazo, entre 8 a 10 anos.

O segundo projeto teve início em novembro de 2009, na Usina Baía Formosa (RN). Com investimentos de R$ 130 milhões, a usina terá uma capacidade instalada de 40 MW, com excedentes de 16 MW. A operação deve ser iniciada em julho de 2011. “Com esses projetos e mais o que será anunciado na terça-feira já teremos mais de 100 MW de capacidade instalada. Queremos atingir os 500 MW até 2015”.