São Paulo, Fundos ignoram novo relatório do USDA e pressionam cotações na bolsa. O preço da soja fechou ontem em alta na Bolsa de Chicago. O contrato com vencimento em maio subiu 1,78%, para 601,75 centavos de dólar por bushel (US$ 13,27 por saca). Com a elevação, a commodity recupera parte das perdas acumuladas ao longo da semana.
Segundo a analista da Fimat Futures, Flávia Moura, a alta deve-se à migração de capital especulativo para o mercado de commodities. “Há um volume financeiro gigantesco na mão de fundos, e esses recursos têm dado sustentação aos preços da soja”, afirma.
No lado fundamental, contudo, a analista enxerga um cenário baixista. “Ao que tudo indica, teremos uma colheita muito boa na América do Sul e uma produção mundial recorde. Não há como vislumbrar um comportamento altista”, explica Flávia Moura.
O novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou a safra mundial de soja em 222,76 milhões de toneladas, 3,44% acima do período 2004/05 (ver pág. B-12). O número é levemente inferior ao divulgado em janeiro – 223 milhões de toneladas. Já a estimativa para os estoques mundiais finais foi revisadas para cima – de 53,15 para 53,83 milhões de toneladas.
Açúcar
O preço internacional do açúcar voltou a registrar forte queda na Bolsa de Nova York, em uma demonstração de que o mercado continua altamente volátil. Ontem, o contrato com vencimento em maio recuou 2,88%, para 18,24 centavos de dólar por libra-peso. Ao longo do dia, contratos chegaram a ser negociados a 19,25 centavos de dólar por libra-peso. Segundo analistas, o valor atrativo fez com que fundos, especuladores e exportadores com hedge na bolsa vendessem contratos.