SÃO PAULO (Reuters) – A Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, anunciou um prejuízo líquido trimestral de 900 mil reais, contra um lucro líquido de 1,3 milhão de reais um ano antes.
“…(O resultado) confirma excelente desempenho operacional no ano para a Cosan, ainda que o resultado final possa estar ofuscado por relevantes eventos isolados”, disse a companhia em um comunicado, referindo-se às receitas no período.
A receita operacional líquida alcançou 747,5 milhões de reais no período, um salto de 61 por cento sobre igual período do ano anterior.
O trimestre da Cosan refere-se aos meses de fevereiro a abril.
Dentre os itens citados pela companhia para justificar o prejuízo estão 53 milhões de reais relativos a despesas com a oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) e “despesas administrativas duplicadas geradas no último trimestre com a aquisição da Corona”.
A empresa informou que também contribuíram para o prejuízo um aumento retroativo de 6 por cento para fornecedores e “o efeito das perdas de hedge de 209 milhões de reais com fixação de preços comerciais face à drástica subida dos preços do açúcar”.
Apesar do resultado trimestral negativo, a Cosan enfatizou a performance anual, já que o faturamento de fevereiro a abril elevou as receitas anuais para 2,478 bilhões de reais, cifra 30 por cento superior à obtida no ano anterior.
Em termos de vendas físicas, a negociação de 623 mil toneladas de açúcar no trimestre puxou o total anual para 2,470 milhões de toneladas, 6 por cento acima dos 2,322 milhões de toneladas no período entre 1o de maio de 2004 e 30 de abril de 2005.
As vendas de álcool no trimestre somaram 240 milhões de litros, chegando a 1,016 bilhão de litros no ano ou 23 por cento a mais do que no período anterior.
A empresa destacou ainda o êxito em aumentar sua capacidade de moagem em mais de 30 por cento no ano, chegando a 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, graças a aquisições das usinas Corona (Bonfim e Tamoio), Mundial e Bom Retiro.
PERSPECTIVAS OTIMISTAS
Para o próximo ano –entre 1o de maio de 2006 e 30 de abril de 2007–, a Cosan projeta um aumento igual ou superior a 15 por cento nos volumes de venda de cana moída e de açúcar.
Os negócios com álcool, por sua vez, devem subir entre 5 e 15 por cento, conforme estimativas da companhia.
As projeções revelam ainda um aumento igual ou maior que 15 por cento na receita líquida para o período, na comparação com o ano encerrado em 30 de abril de 2006.
A expectativa da Cosan é de que os preços do açúcar e do álcool sofram aumentos iguais ou superiores a 15 por cento no período.