Depois de crescer 10% na safra 2008/09 e atingir o recorde de 44,2 milhões de toneladas, o processamento de cana-de-açúcar do grupo Cosan deve registrar um crescimento em torno de 6% na safra 2009/10, de acordo com o vice-presidente geral da empresa, Pedro Mizutani. O volume processado confere à Cosan o título de maior empresa processadora mundial de cana.
A Cosan ultrapassou a moagem de países como Colômbia (40 mil toneladas) e Austrália (36 mil toneladas),que ocupam respectivamente o sétimo e oitavo lugares entre os países maiores produtores do mundo. “Em breve ultrapassaremos o México, o sexto colocado”, disse o executivo.
Segundo ele, apesar do recorde, a moagem de cana na safra 2008/09 ficou um pouco abaixo do estimado, que era moer 44,5 milhões de toneladas de cana, em função do atraso na entrada em operação da unidade da Cosan em Andradina. “A maior produtividade por hectare reduziu os efeitos de não atingirmos o volume estimado”, disse. Mesmo com o processamento recorde nesta safra, 3 milhões de toneladas de cana foram deixados em pé, cerca de 7% da cana moída pelo grupo. Esta cana deve ser moída no início da próxima safra 2009/10, entre o final de março e início de abril.
A última usina que ainda estava processando cana desligou suas caldeiras antes do Natal. “Preferimos não moer em janeiro porque o custo de produção neste período, com mais chuvas e dias perdidos, é elevado”, disse. A Cosan fechou a safra com uma produção de açúcar de 3,267 milhões de toneladas, crescimento de 3,8% ante a safra anterior. A produção de etanol cresceu 16,4% para 1,717 bilhão de litros. Na próxima safra 2009/10, a expectativa é de que a produção de açúcar registre um maior crescimento.
Para Mizutani, tudo vai depender do comportamento do mercado. Mas o déficit mundial na oferta de açúcar que pode superar as cinco milhões de toneladas deve torná-lo o produto de cana mais atraente para as usinas. “Neste momento é mais viável economicamente a produção de açúcar. Se continuar assim no decorrer na safra, iremos priorizar o açúcar”, disse. Segundo ele, frete baixo, dólar mais valorizado e déficit mundial são fatores que beneficiam a exportação brasileira de açúcar.