O grupo Cosan, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de açúcar, acaba de submeter ao crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a operação que marcará a abertura do seu capital em bolsa. Conforme apurou o Valor, a empresa poderá captar até US$ 300 milhões na operação, que, segundo estimativa de analistas poderá ocorrer já em outubro.
A exemplo das recentes ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), o grupo abrirá o capital no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), onde só podem ser negociadas companhias com 100% do capital em ações ordinárias (com direito a voto) e é preciso ter um mínimo de 25% de free float (quantidade de ações disponíveis no mercado).
Segundo o prospecto da emissão, o capital social total do Cosan é composto por 44.131.065 ações ordinárias. A oferta terá como coordenadores os bancos de investimento Morgan Stanley e o Credit Suisse First Boston, e o objetivo é captar recursos para quitar dívidas e fazer novos investimentos em expansão. De acordo com o prospecto, os recursos líquidos obtidos com a operação devem ser usados para quitar financiamentos adquiridos na compra da usina Destivale, em abril deste ano, no valor de R$ 76 milhões; e também da participação adquirida na terminal portuário TEAS, em Santos (SP), também em abril, de R$ 13 milhões. Os recursos restantes serão usados na estratégia de crescimento da companhia, por meio da aquisição de usinas, joint ventures e outras formas de parcerias.
Para o superintendente de registros da CVM, Carlos Alberto Rebello, a notícia da oferta do Cosan é muito boa. “É um setor que tem se apresentado como um dos motores da economia nos últimos anos e que ainda não tem representatividade no mercado de ações (…).”, observou ele.
O diretor de finanças do grupo Cosan, Paulo Diniz, confirmou que o grupo entrou com pedido na terça-feira e aguarda as recomendações da CVM, que deverá se manifestar nos próximos 30 dias.(Colaborou MS)