Mercado

Corrida tecnológica vale ouro no mercado de açúcar

A largada já foi dada. A otimização do processo de produção do açúcar tornou-se um alvo obrigatório. O setor sucroalcooleiro vive momentos agitados. Fabricantes, consultores, pesquisadores se empenham para disponibilizar novos equipamentos e tecnologias. Seminários, feiras e palestras tornam-se pontos de encontros que agregam informações e valores à indústria do açúcar. Técnicos, engenheiros, gerentes, diretores de usinas correm atrás das inovações. Afinal, quem ficar parado, pode perder o bonde da história O mercado está exigindo competitividade e qualidade.

Novidades não faltam. As unidades verticais e compactas, fabricadas e instaladas pela Planusi Equipamentos Industriais, de Sertãozinho (SP), mostram que o setor anda com pressa. A empresa instalou doze fábricas desse tipo somente nos últimos três anos – uma média de uma por trimestre. Para João Marcos Galvão, sócio da Planusi, existem motivos de sobra que justificam a “euforia” por essa tecnologia. “O prazo de entrega da unidade é de apenas seis meses. O volume de circulação de água é 50% menor em relação às fábricas tradicionais devido ao equilíbrio no balanço térmico. A demanda de energia para a unidade compacta, que produz 10.000 sacas por dia, é de 1.400 m3 por hora, enquanto a convencional consome 3.000m3 para a mesma produção. Em alguns casos, chega-se a 70 de cor. O tratamento do caldo é eficiente”, enumera.

Os benefícios – conforme as explicações de Galvão – não param aí. “A fábrica vertical, para 10.000 sacas, precisa de dois cozedores e as outras de quatro. Isto reduz significativamente o custo da automação”, compara. O investimento global é considerando, também, bastante competitivo: de R$ 8,5 a R$ 9 milhões, para uma unidade com produção de 10.000 sacas. Este valor inclui a obra civil – menos a terraplanagem – execução da parte eletrônica, instalação e equipamentos da planta industrial. Somente, neste ano, a Planusi instalou as unidades de açúcar da Companhia Energética São José, em Colina (SP), do Grupo Andrade e a Usina Bertolo, em Pirangi (SP). Estão previstas ainda a inauguração, em setembro, da Usina Pindorama, de Coruripe (AL) e uma do Grupo JB, em Pernambuco.

Nesta corrida tecnológica, a Equipalcool, de Sertõzinho (SP), está trazendo para o Brasil um novo sistema de tratamento de caldo, utilizado nas cidades de Johannesburg e Durban, África do Sul, como conseqüência de um contrato de parceria com a empresa americana Calgon Carbon. Essa tecnologia, que é considerada revolucionária pelo diretor de produção industrial da empresa, Reinaldo Alioti, permite uma redução quase zero na cor e no teor de cinzas residuais para o caldo decantado de cor de 20.000 Icumsa. Esse sistema apresenta outros fatores positivos como a não incrustação dos evaporadores, a melhor eficiência dos evaporadores e a possibilidade de fabricação de açúcar de cor 40 altamente qualificado e refinado. “Até o final de 2003, pretendemos trazer para o Brasil, um protótipo e fazermos uma série de testes”, diz ele.

A Smar, de Sertãozinho (SP), que desenvolve equipamentos e tecnologias na área de automação industrial, criou um sistema para o controle de cozedores de açúcar, que possibilita um aumento de produtividade em 20%. Segundo o gerente de produtos da empresa, Jaime Tamaki Júnior, além de assegurar precisão e agilidade ao processo de cozimento, o sistema Smar proporciona redução de cor e granulometria uniforme. Uma das principais inovações da empresa é o medidor de concentração e densidade de líquidos DT-Touché, que é instalado no controle de brix na diluição de açúcar. Com 600 unidades no Brasil, esse equipamento está conquistando o mercado internacional. O modelo DT301, por exemplo, já foi instalado na Tailândia e na Austrália. É constituído por uma sonda com dois diafragmas repetidores que ficam imersos no fluido do processo.

Confira matéria completa na edição de agosto do JornalCana.

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