As usinas de açúcar do Brasil, o maior produtor mundial do edulcorante, não conseguem aumentar a capacidade e se beneficiar do preço do produto, o mais alto já registrado nos últimos 28 anos e que deve permanecer em alta durante o próximo ano, devido ao aperto do crédito, disse Fernando Vieira, diretor de Comércio Internacional da Copersucar.
“Não vemos grandes investimentos para o setor açucareiro no ano que vem, devido à falta de crédito e de recursos próprios”, disse Vieira em Nova Délhi, na Índia. “No curto prazo, não prevemos grande aumento da produção.”
A estagnação da produção no Brasil, que é o maior exportador mundial de açúcar, e a escassez por que passam mercados da Índia ao Egito deverão ampliar o déficit da oferta mundial do produto pelo segundo ano consecutivo.
O Centro-Sul do Brasil, a maior região produtora de açúcar do mundo, deverá gerar este ano menos que os 31,2 milhões de toneladas do produto estimados em abril, devido às intensas precipitações, disse ontem Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).