A indústria sucroalcooleira está prestes a testemunhar uma operação de altíssimo valor calórico. A alemã Nordzucker negocia a compra de 30% da Copersucar, maior indústria do setor no Brasil. Nas últimas semanas, o grupo germânico teria apresentado uma oferta oficial, que está sendo analisada pelas cooperativas acionistas e pelo Conselho de Administração da Copersucar.
Se efetuada, esta será a segunda grande operação feita pela empresa paulista neste ano
– há algumas semanas, acertou a venda da tradicional marca de açúcar União para a Nova América. Há pelo menos um ano, o grupo brasileiro procura um sócio estratégico.
Trata-se da típica negociação que junta a vontade de vender com a fome de comprar. No fim do ano passado, o board do grupo alemão elegeu o Brasil como operação prioritária fora da Europa e da Ásia, seus dois principais mercados.
A Nordzucker já comunicou à Copersucar que pretende desembolsar cerca de US$ 300 milhões, valor que não inclui o dinheiro gasto na eventual compra dos 30%.
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Os recursos se destinarão à construção de usinas de álcool e à compra de fábricas. Em termos de receita, Copersucar e Nordzucker têm praticamente a mesma estatura.
Cada uma fatura o equivalente a R$ 4,7 bilhões por ano. Mas, quando o assunto é presença física no exterior, os alemães ganham de lavada. Além da terra natal, o grupo tem fábricas na Polônia, Hungria, Eslováquia e República Checa. Agora, querem receber o carimbo do Brasil no seu passaporte.
Para a Copersucar, a associação atende a um de seus maiores objetivos: ampliar seus canais de venda na Europa. A vinda da Nordzucker é promessa de uma batalha teutônica no mercado brasileiro.
Sua principal concorrente na Alemanha, a Südzucker também está aterrissando no país. Negocia uma associação com o grupo Toniello, de São Paulo. Aliás, resta à Nordzucker pelejar com o adversário no Brasil, já que, na Alemanha, a disputa é absolutamente desigual: seu faturamento equivale a apenas um quarto da receita da Südzucker.
