A fora anos de seca, como o atual, a Cooperativa dos Produtores de Cana Porto Xavier (Coopercana) normalmente processa, por ano, cerca de 100 mil toneladas de cana, que geram 7 milhões de litros de etanol, comercializados exclusivamente como combustível veicular – álcool hidratado e carburante.
Dos subprodutos dessa cultura perene, bagaço e palha, a cooperativa abastece sua necessidade energética para o funcionamento das caldeiras. Conforme a presidente Marina Theis Kohe, não sobra excedente de produção para vender energia. “O pouco de subproduto que não utilizamos é comercializado externamente para utilização agrícola (substrato para plantas, cogumelos, adubo orgânico, ”mulching” – cobertura de solo) a R$ 10,00 a tonelada”, explica a dirigente.
Os danos causados por variações climáticas não passaram despercebidos na Coopercana. A produção para fornecimento industrial caiu para 30 mil t, uma redução de 70% em decorrência da estiagem prolongada e da geada. As mudanças de clima também alteram a qualidade do produto. Isso tem reflexo no seu preço, que caiu 30%.