O número de motores a gasolina convertidos para álcool dobrou entre janeiro e setembro deste ano. A informação é da Associação Brasileira dos Reparadores Independentes de Veículos (Abrive). Na Capital, a média de conversões em janeiro era de 600, quantidade que saltou para 1,2 mil em setembro. Para se ter idéia do crescimento da procura por oficinas especializadas, de janeiro a dezembro de 2001 houve aproximadamente 1,5 mil conversões deste tipo.
“A gasolina subiu muito nos primeiros meses do ano, e isso assustou muitos motoristas. Hoje, as oficinas estão cada vez mais especializadas na conversão de gasolina para álcool”, conta o presidente da Abrive, Geraldo Santo Mauro, que também preside o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de São Paulo (Sindirepa-SP). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em média o litro de gasolina comum na Capital custa R$ 1,71, enquanto o preço médio do litro de álcool é R$ 0,84.
A conversão mais procurada é a de modelos nacionais e importados mais novos, com injeção eletrônica. Segundo o presidente da Abrive, o custo da conversão, feita em até três horas, varia hoje de R$ 400 (veículos 1.0 a 1.6) a R$ 700 (veículos com motor a partir de 1.8). Nas oficinas, a procura tem sido grande entre os motoristas com veículos populares.
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“Tenho feito, em média, 30 conversões por semana”, afirma Miltonmar Soares Silva, proprietário da Funari Automotiva, localizada na Vila Mariana. As oficinas garantem que a conversão não afeta o desempenho dos veículos.
Porém, para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), José Edison Parro, a conversão não pode colocar em risco condições como a durabilidade e o desempenho do combustível. “A conversão pode ser mais interessante para veículos mais antigos. De qualquer forma, é um risco que o motorista corre”, argumenta Parro. Para as montadoras, a conversão é inviável, e pode comprometer o desempenho do veículo. (Diário de São Paulo)
