Os contratos futuros do açúcar caíram na terça-feira ao menor patamar em cinco meses em Nova York, devido à especulações de que a produção brasileira, a maior do mundo, elevará a oferta mundial. Segundo a Organização Internacional do Açúcar, haverá um excesso de 7,8 milhões de toneladas da commodity no mercado global no ano móvel que se encerrará em 30 de setembro.
O Brasil irá colher 498,1 milhões de toneladas, 16% a mais. “O excesso de oferta continua a pressionar o mercado”, disse à Bloomberg Donna Heidkamp, da RJO Futures, de Chicago. Os papéis para julho caíram 23 pontos na bolsa nova-iorquina (2,1%) e fecharam a 10,63 centavos de dólar. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos do açúcar cristal caiu 0,04%, para R$ 26,57.
Perdas em NY
As cotações do algodão encerraram a terça-feira em baixa na bolsa de Nova York, pressionadas por movimentos de rolagem de posições e pela queda de outras commodities. Os contratos com vencimento em julho recuaram 104 pontos, para 70,77 centavos de dólar por libra-peso, ao passo que os papéis para entrega em outubro fecharam a 76,37 centavos de dólar, em queda de 101 pontos.
No início da sessão, realçaram traders consultados pela agência Dow Jones Newswires, os preços chegaram a testar novas máximas. A guinada observada, para esses traders, não representa uma tendência. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a libra-peso registrou variação positiva de 0,02%, para R$ 1,2902. Neste mês de maio, a queda acumulada chega a 1,56%.
Plantio acelerado
A recuperação do plantio do milho nos Estados Unidos, que se tornou possível depois que as chuvas cessaram e o solo seco nas regiões produtoras, voltou a alavancar o mercado futuro do grão no pregão de ontem. Os contratos para entrega em julho subiram 3 centavos de dólar na bolsa de Chicago, fechando o dia cotados a US$ 5,8975 por bushel.
Segundo o USDA, até domingo 73% das sementes já haviam sido plantadas nos 18 Estados produtores americanos, um avanço depois de semanas de chuvas. Ainda assim, o percentual é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado – de 88%. Cerca de 26% das sementes já germinaram, contra 56% no ano passado. No mercado interno, o indicador Esalq/BM&F para a saca de 60 quilos recuou 1,38%, para R$ 27,31. No mês, a queda acumulada é de 0,28%.
Alta na produção
Os preços futuros do trigo caíram ontem pela primeira vez em quatro dias, revertendo os ganhos do início do pregão. Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, o movimento deveu-se a especulações de que a alta na produção global para o maior patamar em cinco anos deverá ajudar a recompor os estoques mundiais do cereal.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, os agricultores deverão produzir 656 milhões de toneladas de trigo no ano fiscal que se inicia em 1º de junho. “Teremos um boa safra no mundo inteiro”, disse à Bloomberg Jon Marcus, presidente do Lakefront Futures and Options. Em Chicago, os papéis para entrega em julho caíram 7 centavos de dólar, para US$ 7,84 por bushel. No Paraná, a saca de 60 quilos recuou para R$ 41,76, segundo o Deral.