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Consumo do etanol em queda

O derivado da cana de açúcar conta com o excelente momento da indústria automotiva, que já produziu mais de 12,5 milhões de automóveis flex, mas a falta de investimento gera um descompasso entre oferta e demanda. No ano passado, o consumo do etanol foi de 22,1 bilhões de litros, 2,9% menor que 2009. Foi a primeira queda desde o início das vendas dos automóveis flex, iniciada há oito anos, e atualmente responsável pelo patamar de 86% dos automóveis novos. Nas bombas, as vendas do combustível hidratado caíram 8,5% no ano passado.

As previsões para os próximos anos também não são animadoras. De acordo com o diretor técnico da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Antônio de Padua Rodrigues, os investimentos para produção de etanol no país estão parados. “O que acontece hoje é suficiente para atingir a capacidade traçada há quatro anos”, afirma Rodrigues.

O ritmo forte dos investimentos no combustível fóssil e a desacelaração dos setores alternativos está ligado à demanda mundial. Na opinião do especialista e coordenador do MBA em petróleo e gás da FGV/IBS, Alberto Machado, que também é ex-executivo da Petrobras, a hora e a vez são do petróleo. Ele não acredita em outra fonte de energia pelo menos até 2030. Segundo Machado, o Brasil até 2020 vai dobrar sua produção de petróleo para 5 milhões de barris/dia. Para ele, os conflitos nos países árabes podem reforçar ainda mais os investimentos. “O Brasil se torna um local seguro e privilegiado para investimentos.”