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Consumo de Roundup na Capína Química.

CONSUMO DO RUNDUP TRANSORB CAPINA QUÍMICA (PULM PUR)

A cultura de cana-de-açúcar exerce um papel muito importante na economia do Brasil devido à produção açucareira e álcool. O Brasil é líder nas agroindústrias de açúcar e de álcool mundiais. Nos últimos anos, a área de produção e a produtividade tem aumentado continuamente, devido principalmente as boas perspectivas do mercado futuro. Sendo assim, o plantio e a colheita da cana-de-açúcar é realizado praticamente o ano todo, em diferentes regiões do Brasil que apresentam características edafo-climáticas muito diferentes. Essa situação tem apresentado um grande desafio para o técnico responsável pelos tratos culturais, principalmente na recomendação de estratégias de manejo de plantas daninhas.

Uso do glifosato na agricultura

Essa molécula, descoberta na década de 1950, teve sua propriedade como herbicida desenvolvida por cientistas da Monsanto Company no início da década de 1970 e sua comercialização iniciada em 1974, quando foi aprovada nos Estados Unidos

Forma de atuação nas plantas

O glifosato é um herbicida pós-emergente, pertencente ao grupo químico das glicinas substituídas, classificado como não-seletivo e de ação sistêmica. Apresenta largo espectro de ação, o que possibilita um excelente controle de plantas daninhas anuais ou perenes, tanto de folhas largas como estreitas.

As aplicações do produto devem sempre ser dirigidas sobre as plantas daninhas seguindo as recomendações técnicas e boas práticas agrícolas. Se utilizado dessa forma não causará qualquer interferência no metabolismo, desenvolvimento ou produtividade das culturas para as quais é recomendado.

Quanto à absorção, lembramos que o glifosato é absorvido basicamente pela região clorofilada das plantas (folhas e tecidos verdes) e translocado, preferencialmente pelo floema, para os tecidos meristemáticos.

O glifosato atua como um potente inibidor da atividade da 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase (EPSPS), que é catalisadora de uma das reações de síntese dos aminoácidos aromáticos fenilalanina, tirosina e triptofano, influencia também outros processos, como a inibição da síntese de clorofila, estimula a produção de etileno, reduz a síntese de proteínas e eleva a concentração do IAA (Cole, 1985; Rodrigues, 1994).

Assim, toda vez que for aplicado de forma inadequada e entrar em contato com a cultura, o produto também expressará sua atividade herbicida e causará danos, guardadas as proporções de dose e suscetibilidade da cultura.

A importância da correta aplicação do glifosato

A ampla utilização do glifosato em várias culturas, incluindo as perenes, desde a sua instalação (pré-plantio) até a fase produtiva, temse mostrado vantajosa em relação a vários métodos de controle de plantas daninhas, inclusive a capina manual. Aspectos relacionados à toxicologia, ecotoxicologia, facilidade de manuseio, eficácia de controle, ganhos de produtividade etc. tornaram o produto líder mundial no controle de plantas daninhas.

O glifosato, por ser um herbicida não-seletivo e altamente eficiente, se utilizado de forma inadequada poderá ocasionar fitotoxicidade ou mesmo levar à morte as plantas de interesse econômico. Por outro lado, o uso do produto como maturador para cana-de-açúcar, aplicado em baixas doses conforme recomendação de bula, promove ganhos significativos de sacarose, sem qualquer efeito negativo sobre a cultura.

A dinâmica do glifosato é de compreensão muito simples, ou seja, o produto atua muito bem como herbicida onde é aplicado e, desde que seguidas as recomendações da bula e respeitadas as boas práticas agrícolas para a pulverização, não apresentará efeito onde não foi aplicado, pois a molécula não se move no solo, por apresentar rápida e alta taxa de adsorção (Prata et al., 2000). Como já comentado anteriormente, a molécula não se move no solo. Assim, na eventual ocorrência de morte de ponteiros de plantas adultas, a causa pode estar relacionada a outros aspectos.

Comportamento do glifosato na água e no solo

A principal rota de degradação do glifosato são os microrganismos de solo e água (por processos aeróbicos e anaeróbicos), que o decompõem em compostos naturais. Uma característica importante do glifosato é a sua capacidade de ser adsorvido pelas partículas de solo e permanecer inativo até sua completa degradação. O glifosato é rapidamente degradado por microrganismos do solo, sendo que sua meia-vida média (tempo médio necessário para que metade da quantidade aplicada do produto seja degradada) é de 32 dias. Esse resultado foi obtido em 47 estudos conduzidos em campos agrícolas e áreas de reflorestamento em diferentes localidades geográficas

Quando o glifosato é aplicado, parte do produto é diretamente absorvida, ficando nas plantas daninhas, e parte é depositada no solo. A parte do produto que é retida nos tecidos vegetais contribui para reduzir sua disponibilidade no ambiente, e este produto somente irá atingir o solo quando a matéria seca dessas plantas daninhas for decomposta pelos organismos heterotróficos do solo e na maior parte das vezes não mais como glifosato.

A degradação do glifosato no solo é muito rápida e realizada por grande variedade de microrganismos que usam o produto como fonte de energia e fósforo, por meio de duas rotas catabólicas (Figura 4), produzindo o ácido aminometil fosfônico (AMPA) como o principal metabólito, e sarcosina como metabólito intermediário na rota alternativa (Dick & Quinn, 1995).