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Consultor internacional confirma liderança do Porto de Paranaguá

O Porto de Paranaguá (PR) está sendo reconhecido internacionalmente como o maior exportador de soja do mundo. A informação é do Michael Cordonnier, Ph.D em Comércio Internacional, presidente da Soybean and Corn Advisor, que atua como consultor de mercado para empresas multinacionais como ADM e Bunge. Cordonnier está no Brasil para verificar a produção dos grãos no País e colher informações, que serão publicadas semanalmente num relatório sobre a produção de soja e milho no mundo. “Estes dados serão divulgados no Mercado de Futuro de Chicago, companhias de grãos e de alimentação dos EUA”, comentou o consultor.

A imagem positiva que o Porto de Paranaguá conquistou no último ano junto ao mercado internacional, segundo Cordonnier, funcionou como uma vitrine sobre seu potencial de qualidade e eficiência. “Há 15 anos ninguém nos EUA ouvia falar sobre o terminal paranaense. Agora, ele está sendo notícia todos os dias. Esta visão mudou porque Paranaguá é o maior exportador de soja no mundo, e o mundo precisa saber disso”, declarou Cordonnier.

Ele lembrou, em visita ao Porto de Paranaguá, nesta semana, que esta situação favorável ao terminal é resultado de uma somatória de fatores, como o aumento da produtividade de soja no Brasil e da qualidade do grão, adquirida através de pesquisas realizadas por órgãos como a Embrapa. “O Brasil vai ser o líder absoluto de soja no mundo e o aumento da produtividade fará o País ultrapassar os EUA, porque conta com grande espaço agricultável e estados, como o Mato Grosso, que têm o maior índice de produtividade de soja por área do mundo, passando os EUA neste aspecto há mais de 3 anos”, explicou.

A empresa de Cordonnier, instalada em Chicago, faz análise da produção e não de preços. A estimativa para a safra de soja 2004/2005 no Brasil, segundo o consultor, é de 59 milhões de toneladas, 7 milhões a mais que a registrada na safra 2002/2003. A previsão é que em 2005, o Brasil supere os EUA na produção de soja e registre aumento na sua produção de milho. Tais volumes servem de estímulo para que novos clientes surjam e os atuais mantenham seus negócios com o mercado brasileiro e com o Porto de Paranaguá. “A China é exemplo. O país é o maior comprador de soja do mundo e prima pela qualidade, encontrada na soja do Brasil que, ainda, é superior a dos EUA. A quantidade de proteína da soja brasileira é maior e os compradores do mundo preferem o produto, porque o cereal brasileiro, de plantio tradicional, é o melhor do mundo e tem custo menor”, declarou.

Outro fator que irá alavancar a competitividade do Brasil será quebra da produção de soja nos EUA, que terá uma queda acentuada a partir dos meses de junho, julho ou agosto. “A partir daí, os americanos poderão importar soja do Brasil e, com certeza, importará também até 500 mil toneladas de farelos. A certeza virá quando estiver descartado qualquer problema com a doença da ferrugem”, frisou o consultor americano. (Fonte: ASSCOM/APPA)