O bom desempenho da construção civil e do agronegócio este ano impulsionou as vendas da indústria goiana, que cresceram 18,5% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período de 2006. Um dos segmentos do setor com melhor resultado é o metalúrgico, cuja comercialização aumentou 74,5% no período.
A retomada da produção agropecuária elevou a procura por insumos e fez as indústrias de extração mineral venderem 59,7% mais nos oito primeiros meses do ano. Segundo os Indicadores Industriais de Goiás, divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado (Fieg), somente em agosto as vendas foram 5,9% maiores que no mesmo mês do ano passado.
Os indicadores regionais foram divulgados junto com os resultados nacionais da indústria, apresentados pelo gerente-executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato Fonseca. Em agosto, as vendas regionais tiveram um pequeno recuo de 1,9% em relação a julho por causa de uma acomodação natural diante do crescimento da demanda interna e do endividamento do consumidor. Mesmo assim, o resultado favorável de agosto ajudou a manter o bom desempenho anual, que ficou bem acima do índice nacional de 4,3%.
Além disso, o economista da Fieg, Cláudio Henrique de Oliveira, lembrou que as horas trabalhadas na indústria goiana cresceram 10% nos oito primeiros meses de 2007. Segundo ele, o setor metalúrgico teve o maior incremento nas vendas entre janeiro a agosto por causa do bom desempenho da construção civil e do aumento de receitas com exportação de metais, como níquel, ferronióbio, cobre e ouro. Já as indústrias de extração mineral foram beneficiadas pelo bom momento do agronegócio, que estimulou a produção de adubos e fertilizantes.
O coordenador-técnico da Fieg, Welington Vieira, também atribuiu à construção civil o crescimento de 14,4% das vendas das indústrias de minerais não-metálicos, que fabricam produtos como cerâmica, derivados de cimento e tijolos. As indústrias de alimentação, que venderam 7,9% mais este ano, também ajudaram no bom desempenho das vendas industriais do Estado, por causa de seu grande peso na economia local.
O único setor que registrou queda nas vendas foi alcooleiro, que, em agosto, vendeu 32,5% menos que no mês anterior. “A boa oferta do álcool resultou numa queda do valor pago pelo produto, causando uma política de formação de estoques por parte das grandes indústrias”, explicou Welington Vieira.
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