Entrar em um consórcio de máquinas agrícolas deixou de ser alternativa apenas para pequenos e médios agricultores para se tornar uma realidade e estratégia adotada por empresários rurais para renovar suas frotas de forma programada. A procura pelos consórcios tem crescido e sua participação dentro das vendas de máquinas no mercado interno tem aumentado nos últimos anos.
Em 2002 os consórcios representavam 8,9% das vendas internas de máquinas agrícolas. Já em 2003, enquanto a comercialização de tratores e colheitadeiras caía em 10,8%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de consórcios passaram para 19,6% do total de vendas. No ano passado, os consórcios voltaram a crescer, passando a representar 22,1% do total de máquinas vendidas no país. E este ano a estimativa é de que as vendas fechem em 30%. Os grandes fabricantes têm investido nas vendas de consórcios de forma maciça. O Consórcio Nacional Massey Ferguson, por exemplo, realizou no último dia 29 de julho, uma mega assembléia do grupo com a entrega de cem cotas de máquinas agrícolas em uma noite. A assembléia aconteceu em Porto Alegre, RS, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural.
“O consórcio facilita a compra de uma grande quantidade de tratores. Fizemos as aquisições porque há uma flexibilidade comercial maior, não há um desembolso de tanto dinheiro de uma só vez e temos um certo prazo para pagar”, disse Sérgio Figueiredo, gerente operacional da Usina Cucaú, contemplada no Consórcio Nacional Massey Ferguson. “Vejo duas grandes vantagens e uma desvantagem em fazer o consórcio em vez de comprar uma máquina pelo Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, pondera Octacílio Freitas Junqueira, produtor de cana que foi contemplado pelo consórcio da New Holland. “A vantagem principal é a segurança de não ter que penhorar um bem, como é exigido na compra pelo Finame. Além disso, o consórcio torna-se uma poupança forçada, porque hoje em dia é quase impossível você guardar um capital e esperar ter o valor se acumular para comprar uma máquina”, observa o produtor de cana. “O pagamento mensal é o fator prejudicial, pois o pagamento anual feito pelo Finame disponibiliza maior tempo para produzirmos o capital para pagamento”, conclui Junqueira.
(Confira matéria completa na edição 140 do JornalCana)