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Consecana não deve ser adotado no Nordeste

O presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Antônio Celso Cavalcanti de Andrade, acredita que a maioria das nove associações de produtores independentes do Nordeste não deva aceitar a proposta de fazer valer o preço da tonelada de cana pelo teor de sacarose. “Hoje o balizamento do preço da tonelada é feito tendo como base o preço do produto final. Não existe uma uniformização do pagamento. Além disso, mesmo para aqueles que seguem os padrões do Consecana – sistema de cálculo que é adotado em São Paulo e Paraná e que leva em consideração a qualidade da cana além de fatores como preço ponderado do produto final – não existe garantia de recebimento. Quando o preço favorece o fornecedor o usineiro costuma descumprir”, diz Cavalcanti.

Segundo ele, uma uniformidade quanto a esta questão somente seria possível caso o Governo Federal criasse uma espécie de órgão regulador para o setor sucroalcooleiro. De acordo com ele, depois da liberação do preço da cana, há cerca de três anos, o número de plantadores independentes tem diminuído sensivelmente em todo o País, em especial, no Nordeste. “Até poucos anos, os produtores independentes de Pernambuco representavam 72% de toda a cana moída. Hoje este número caiu para cerca de 35%. Na Paraíba este contigente caiu de 55% para 30%. Em São Paulo a queda foi de 30% para pouco mais de 20%. É uma reforma agrária ao inverso. Os pequenos e médios produtores estão desaparecendo para dar lugar aos grandes plantadores”, diz Cavalcanti. Segundo ele, um órgão regulador e a adoção dos parâmetros adotados pelo Consecana podem ajudar a reverter este quadro.

O Seminário Consecana – Brasil está sendo realizado em João Pessoa (PB) e encerra suas atividades hoje. Estão reunidos representantes das entidades de classe e o corpo técnico dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O evento é promovido pela Feplana.

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