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ConCana 2008 - Triângulo Mineiro poderá ter biorefinaria

O Triângulo Mineiro poderá em breve ter uma indústria de alcoquímica. A previsão foi feita pelo gerente Desenvolvimento de negócios do Grupo Ultra, Paulo Takakura, durante o II Congresso Internacional de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana, que começou na segunda-feira e termina hoje (3), em Uberaba, SP.

Sem estabelecer prazos, Takakura afirma que construção de uma biorefinaria na região já está em estudos. “Queremos aproveitar o potencial da cana, extrair açúcar, fermentar, produzir etanol e fazer produto químico”. O gerente disse a vocação natural do Brasil para a produção do etanol, somada ao cenário desfavorável do petróleo (preço alto e impacto ambiental), estimula os investimentos em alternativas como a alcoquímica.

“Se a gente olhar a molécula de álcool, poderemos ver que ela tem dois carbonos. A matéria principal da área de petroquímica também tem dois carbonos. Então é só uma questão de rearranjar a molécula. Já existe uma tecnologia para transformar o etanol em etileno, que é base da pirâmide da petroquímica. Através dele é feito o polietileno, usado na maioria dos plástico. Também há o PVC e o poliéster, usados em garrafas “pet” ou em tecidos. Portanto, através do etanol é possível construir toda uma árvore de produtos”, disse Takakura.

O gerente lembra que a viabilidade desta tecnologia atraiu, nas décadas de 70 e 80, algumas indústrias capazes de fazer o etileno a partir do álcool. Porém, o petróleo ainda era mais abundante e acessível. Hoje, no entanto, o desenvolvimento do setor produtivo do etanol torna a realizada da alcoquímica ainda mais forte.

Takakura chama a atenção para o desenvolvimento de pesquisas sobre o aproveitamento da celulose que existe na cana, o que pode até dobrar a produtividade da matéria-prima. “Isso abre um outro leque impressionante de oportunidades”, observa o gerente.