A introdução de novas tecnologias terá papel fundamental nesse setor. O Brasil é inegavelmente um dos maiores players mundiais no setor de agronegócios. Atualmente, somados agricultura e pecuária, o agronegócio responde por mais de 30% do PIB do País. Mas nem sempre isso foi assim. A competitividade internacional, a busca por produtividade, qualidade e por produtos diferenciados impulsionaram mudanças nos conceitos e processos de produção que colocaram o agronegócio brasileiro no atual patamar de importância mundial.
As vantagens naturais do Brasil e a sua biodiversidade incomparável são pontos-chave na discussão sobre o sucesso do agronegócio, mas não podem ser consideradas isoladamente. Solo, clima e biodiversidade já não são, por si sós, suficientes para colocar a agropecuária em níveis de produtividade competitivos em nível mundial.
Custo, produtividade e qualidade dos produtos – somados ao potencial natural do País – foram e ainda serão os fatores determinantes de sucesso, mas, cada vez mais, a introdução de novas tecnologias (inovação) terá um papel imprescindível nesse setor.
A queda nos preços das commodities existentes e o aumento da competitividade internacional impulsionam a geração de valor agregado aos produtos oriundos do agronegócio. E o Brasil já começa a criar um ambiente favorável a essa tendência com o surgimento de novas tecnologias associados ao agronegócio, investimentos de longo prazo e sofisticação na gestão de empresas.
A utilização da biomassa como substituto da utilização de combustíveis fósseis já é um case de sucesso no Brasil ligado ao agronegócio. Pioneiro na utilização e distribuição do etanol como combustível, o Brasil se tornou o primeiro país a utilizar uma forma de energia alternativa em grande escala como opção ao petróleo. Isto é fruto da criatividade e inovação tecnológica. E a tendência para o setor não pára por aí.
Novos alimentos começam a surgir baseados nas tendências mundiais de alimentação mais saudável, mudanças de hábitos alimentares e da própria estrutura da população mundial. Produtos orgânicos e alimentos com valor nutricional diferenciado, além de produtos fármacos desenvolvidos com princípios ativos naturais deverão cada vez mais fazer parte da cadeia de produtos agropecuários.
A biotecnologia que já tem uma grande participação no agronegócio no cenário mundial e terá um papel importante nessa tendência também no Brasil. Na pecuária, já é uma realidade a utilização da biotecnologia no tratamento de doenças e na produção de marcadores de produtividade, o que torna o gado mais competitivo geneticamente no mercado internacional.
O desenvolvimento de novos materiais, através da biomassa, também passa por soluções baseadas em biotecnologia, como é o caso do plástico orgânico, ou bioplástico. Estima-se que somente o mercado de biotecnologia industrial no mundo movimentará mais de 100 bilhões de dólares em 2010 na procura por substitutos de produtos hoje advindos da indústria petroquímica.
Essas e outras tendências de desenvolvimento no setor trazem consigo a consciência pelo desenvolvimento sustentável, ou seja, o aproveitamento da biomassa e da biodiversidade de forma cada vez menos prejudicial ao meio ambiente. Gestão de efluentes e resíduos, serviços de remediação ambiental, tratamento de água e serviços relacionados, defensivos e fertilizantes não poluentes despontam cada vez mais como importantes oportunidades de investimento.
O agronegócio brasileiro sem dúvida continuará a ser primordial ao desenvolvimento econômico do Brasil, e as perspectivas para que este continue competitivo passarão necessariamente pela alocação consistente de investimentos que suportem o desenvolvimento de inovação tecnológica. O agronegócio brasileiro não fugirá a essa regra para continuar sua história de sucesso.