Os preços do álcool combustível seguiram firmes nesta semana no mercado físico, sustentados pelo atraso da colheita de cana na região Centro-Sul do país e também pela boa demanda. Abastecer com etanol no Brasil continua competitivo, mas as recentes altas dos preços do produto já tornam o combustível menos atraente em alguns Estados.
A competitividade do álcool é maior quando seus preços equivalem a até 70% dos da gasolina. Em São Paulo, maior região produtora de etanol do país, a cotação do etanol equivale a 55% do valor do combustível fóssil.
O último levantamento divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que em 21 Estados é vantagem abastecer com etanol. No entanto, em 13 deles a equivalência com os preços da gasolina é igual ou superior a 65%. Somente em oito Estado esta relação está abaixo de 65%. Em outros se! is Estados, sobretudo os que não têm tradição na produção de cana, a equivalência supera os 70%.
Analistas ouvidos pelo Valor afirmam que a tendência é de alta para os preços do etanol nos próximos meses, uma vez que a colheita de cana já supera os 65% do total previsto para a região Centro-Sul do país.
Na semana encerrada no dia 25 de setembro, as cotações do álcool hidratado fecharam a R$ 0,8509 o litro (sem impostos), aumento de 7,96%. O litro do anidro fechou a R$ 0,9708 (sem impostos), alta de 6,91%, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A expectativa é de novas elevações das cotações, que serão divulgadas nesta sexta-feira.
A demanda mensal por álcool combustível já bateu os 2 bilhões de litros, dos quais 1,5 bilhão de litros do tipo hidratado. Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica (União das Indústrias da Cana-de-açúcar), somente a alta dos preços do etanol poderá inibir o consu! mo do combustível. Padua não acredita em desabastecimento do combustível durante a entressafra, uma vez que a demanda por álcool no mercado internacional segue fraca.